Três perguntas para - Paulo Roberto CaputoCaputo: 2020 não está perdido e ainda há muito o que fazer no ano

Um executivo oriundo dos mercados de tecnologia e de alimentos à frente de uma rede de hotéis? É muito provável que Paulo Roberto Caputo tenha que responder a essa questão muitas vezes. De fato, sua trajetória profissional distingue da maioria dos profissionais de hotelaria, que constroem toda carreira dentro do setor. Ainda assim, não pense que o segmento de hospitalidade não faz parte da vida de Beto Caputo, como é mais conhecido pelos colegas.

Após passagens por IBM (no Brasil e no exterior) e Pizza Hut, o executivo estreou na hotelaria pela Accor, como gerente geral de uma das unidades da empresa. Gostou tanto que, posteriormente, foi um dos fundadores da Atrio Hotéis, operadora hoteleira independente com íntima ligação com a rede francesa, da qual é a maior franqueada de no país, com mais de 50 hotéis das marcas Ibis, Mercure e Novotel.

“Acho que quem conseguir passar mais confiança aos clientes, após a reabertura, sairá na frente”, diz o sócio e CEO da Atrio Hotel Management à reportagem do Hotelier News em relação à pandemia do coronavírus, que levou à suspensão das atividades de muitos hotéis em todo país. Caputo, aliás, falará mais sobre o assunto hoje (13). Ele é um dos CEOs convidados para participar da segunda live promovida pelo Hotelier News, a partir das 15h.

Bem, em relação à pergunta que abre o texto, teremos que conversar com Caputo em outra oportunidade. O convite já está feito, ok?

Três perguntas para: Paulo Roberto Caputo

Hotelier News: Quando o olho do furacão passar, quais serão as primeiras medidas adotadas? 

Paulo Roberto Caputo: A grande questão vai ser quando reabrir os hotéis. São diferentes mercados, segmentos, enfim, será caso a caso. Mais ainda, as unidades reabrirão enxutas. Dessa forma, a capacidade de prestar bons serviços vai depender de equipes comprometidas e polivalentes. Acho que quem conseguir passar mais confiança aos clientes, após a reabertura, sairá na frente. Será uma grande oportunidade para as bandeiras hoteleiras demonstrarem seu diferencial. 

HN: O ano de 2020 está perdido mesmo como muita gente está dizendo ou ainda há muito o que fazer?

PRC: Ninguém sabe ao certo a dinâmica da retomada, mas há muito o que fazer em 2020 para conquistar negócios. Entendo que o mercado de eventos e, especialmente, o de lazer doméstico, irá aquecer muito no último trimestre. No entanto, tudo vai depender da evolução da pandemia e se as pessoas se sentirão seguras em viajar. 

HN: Quando tudo isso passar, você acha que a hotelaria nacional será a mesma?

PRC: Bom, a resposta mais comum é que tudo vai mudar. Pessoalmente, acho que não. A memória das pessoas é curta, isto tudo vai ficar para trás, as pessoas e seus hábitos voltarão a ser muito parecidos com o que eram antes. Não sei se todos concordam, mas esta vida 100% online é muito chata.

(*) Crédito da foto: Arquivo HN