Frederico Amaral - três perguntas paraAmaral propõe um modelo disruptivo de administração hoteleira

O mineiro Frederico Amaral é empreendedor por natureza. Aos 12 anos, já trabalhava vendendo as frutas que colhia no sítio dos pais. Mais tarde, fez de tudo um pouco: montou um lava-jato; foi responsável pelo comércio de automóveis e, depois, pela operação de casas legalizadas de bingo em Belo Horizonte. Foi no setor de tecnologia, contudo, que ele encontrou seu caminho.

Mergulhado no mundo digital, Amaral dedicou os últimos 20 anos a startups, de onde surgiu a Macna Investimentos, marca criada para representar holdings de investimentos pela qual o empresário opera seus negócios desde 2002. Visionário, passou a surfar na onda da transformação digital para impulsionar o mercado tradicional.

Em 2018, enxergou na hotelaria uma oportunidade de empreender e aplicar inovações tecnológicas. “Criamos a Administradora Macna Digital Hotels focada na transformação do setor hoteleiro, com o emprego de novas práticas de governança e redesenho de processos e de entregas”, conta.

Indo na contramão do mercado, foi na pandemia que a administradora ganhou destaque. Detentora do hotel Vivenzo Savassi, na capital mineira, a unidade opera com procedimentos inovadores e protocolos próprios de segurança biológica, criados antes da chegada do coronavírus.

Três perguntas para: Frederico Amaral

Hotelier News: Vocês adaptaram os protocolos e fizeram uma verdadeira operação de guerra no Vivenzo Savassi. Quando a pandemia acabar, o que será mantido e o que será descartado da logística?

Frederico Amaral: A Rede Macna Digital Hotels, que administra o Vivenzo, tem um conceito disruptivo e, antes mesmo de começar a operá-lo, estava entre nossas estratégias quebrar paradigmas, oferecer um novo conceito em hotelaria, a começar pela higienização. Um ano e seis meses antes da inauguração do hotel, desenvolvemos o Vivenzo Power Clean, um processo inédito de higienização para transformar a governança: nossa equipe trabalha em uma linha de produção just in time, sem contaminação cruzada, com troca e higienização rigorosa de 100% do enxoval, limpeza dos apartamentos seguindo o padrão hospitalar e limpeza do filtro de ar condicionado a cada check-out. Tudo isso foi criado já pensando em proteger os nossos hóspedes de todos os vírus e bactérias. Portanto, daremos continuidade a esses e a alguns outros procedimentos e continuamos concentrando os nossos esforços em busca de melhorias para entregar, cada vez mais, segurança biológica aos nossos hóspedes.

HN: Um dos grandes trunfos do hotel é o uso da tecnologia. Na retomada, quais serão os principais processos automatizados no setor?

FA: Desde a sua inauguração, o Vivenzo é todo operado na nuvem, revolucionando o modus operandi do setor de hotelaria. Além do check-in e check-out virtuais, que podem ser feitos em qualquer horário, pois não impomos aos nossos clientes horário de chegada e de partida, em breve instalaremos nos quartos um tablet do hotel para o hóspede contatar a equipe, solicitar serviços, como toalhas ou agendar arrumação do apartamento, mas principalmente fazer pedidos ao nosso restaurante.
 
HN: O Vivenzo Savassi se tornou uma das referências de hotelaria no combate ao coronavírus. O que você diria aos profissionais que estão em fase de adaptação e quais os melhores processos para transformar as operações de acordo com a nova realidade que está por vir?

FA: Inovação, foco, agilidade e conhecimento de mercado são a chave para se reinventar em momentos como esse. Como em qualquer negócio é fundamental buscar se antecipar a crises e reagir de forma rápida. No caso da pandemia, quando o epicentro migrou para a Europa, vimos que era preciso pensar em um plano B para o funcionamento sadio do Vivenzo. No dia 25 de fevereiro foi aprovada a criação de uma comissão na administradora para estudar o que faríamos se a epidemia viesse para cá. 

Quando foram identificados os primeiros casos no Brasil, estávamos bem avançados com o plano. No dia 25 de março o hotel começou a operar totalmente adaptado por meio do nosso PEP (Protocolo Especial para Pandemia). Para a adaptação integral do hotel, contamos com a consultoria de um time experiente das áreas de saúde, higienização hospitalar, controle, EPI (equipamento de proteção individual) e jurídica. Foram investidos mais de R$ 200 mil em todas as adaptações. Os melhores processos para essa nova realidade são aqueles que tornam o ambiente seguro para clientes e funcionários, entre eles, higienização rígida e frequente em todos os ambientes e todo enxoval, processo de higienização do hotel com uso de produtos hospitalares, EPI para a equipe, máscaras descartáveis, álcool em gel em todos os cantos possíveis das instalações.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Macna Digital Hotels