De Hollywood, Miami, Estados Unidos*

Phocuswright Conference - startups_Pack up and goA banca (à direita) não é suave com os porta-vozes das startups avaliadas

Começou há pouco, no The Diplomat Beach Resort, em Miami, a The Phocuswright Conference. Principal evento da indústria de viagens mundial, o encontro prossegue até quinta-feira (21), apresentando muito mais do que um rico conteúdo. Tecnologia, tendências, inovação e muito networking marcam a programação, que hoje (19) é totalmente dedicada a startups.

De fato, toda parte da manhã é dedicada a apresentações de startups inovadoras com produtos e serviços voltados para a indústria de viagens. Na plateia, um público formado por investidores e executivos de diferentes segmentos do turismo. No palco, cada empresa delas faz uma pequena apresentação, sendo  na sequência “avaliada” por uma banca formada por Chris Hemeter, da Thayer Ventures; Miriam Moscovici, da BCD Travel; Timothy Hughes, da Agoda; e Dee Waddell, da IBM, em um formato parecido com o programa Shark Tank.

Uma das primeiras a se apresentar foi a Gamitee, solução que promete uma conversão cinco vezes maior comparada aos próprios sites das empresas. A startup aposta na integração da família para, juntos, fazerem as reservas e o planejamento das viagens. “Hoje, apenas 18% dos viajantes definem seus roteiros sozinhos”, comenta Ella Stahl, head de Vendas da startup. Para elevar a conversão, a plataforma promete reduzir o custo de aquisição de clientes, bem como o abandono dos carrinhos na jornada de compra do consumidor.

“Primeiro, fazemos uma integração com apenas uma linha de programação”, explica Ella. “Nossa tecnologia permite que o consumidor saia do seu site levando seu carrinho de compras, sem necessariamente abandoná-lo ali na hora. Ele pode retomá-lo depois, dentro da nossa plataforma e tendo que refazer, por exemplo, toda jornada de compra novamente. Somos, portanto, uma plataforma B2B2C”, completa.

Phocuswright Conference: inovação

No total, até a hora do almoço, 24 startups se apresentam ao público, duas delas dedicadas ao segmento hoteleiro (leia mais daqui a pouco). Vale mencionar que a banca não é lá totalmente amigável com as empresas avaliadas. Fazem perguntas duras, colocam pressão nos porta-vozes das empresas para obter respostas que efetivamente esclaream o que entregam como um diferencial disruptivo.

Plataforma SaaS (Software as a Service) para pagamentos, a Fly Money foi criada para ajudar viajantes a pagar seus gastos em viagens internacionais como locais, explica Tal Ekroni, CEO da startup. Para Tal, a empresa baseada em Israel agrega os diferentes players envolvidos na transferência de recursos, como bancos, empresas de cartão de crédito e até players do turismo, como OTAs e operadoras. 

Dessa forma, a Fly Money permite que consumidores solicitem e recebam dinheiro no país de destino. “Na verdade, ele pode escolher como receber: em dinheiro no aeroporto, diretamente na carteira do seu celular ou com um travel card”, explica destacando que US$ 720 bilhões são transacionados anualmente por viajantes pelo mundo por meio de operações de câmbio.

“A indústria de turismo em geral empresas provedores de dinheiro, como bancos, empresas de cartão de crédito e casa de câmbio não conversam. Há uma excelente oportunidade aqui. Triplicamos nosso faturamento todos os anos desde a fundação, em 2017”, avalia o empreendedor, acrescentando que a Fly Money já opera na Alemanha e em Israel. “Estamos expandindo para a Rússia e Japão em breve. Monetizamos a partir de uma taxa em cima das transações, mas com uma alíquota muito mais baixa do que outros provedores cobram”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Vinicius Medeiros/Hotelier News