De Goiânia, Goiás*

Alexandre Sampaio - Sistema SSegundo Sampaio, Senac fez 2,1 milhões de atendimentos em 2018 

A manutenção e importância do Sistema S para, entre outras coisas, a formação e qualificação profissional no país esteve em debate no Conotel 2019. Comandada por Alexandre Sampaio, a palestra visava contrapor as críticas recorrentes de Paulo Guedes, ministro da Economia, à forma de financiamento das entidades. Guedes, inclusive, é a favor de cortes no orçamento de Sesi, Senac e Sesc

De cara, o presidente da FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação) fez uma ressalva importante. “O novo governo está bem intencionado. Obviamente, somos favor das reformas da Previdência e Tributária, mas há coisas que não devem ser mudadas. O Sistema S é uma delas”, vaticinou Sampaio, que lançou um livro sobre o tema. “Ainda assim, é um órgão que, nos tempos atuais, precisa se adaptar e fazer ajustes e investir mais em compliance”, completou.

Para ressaltar a importância das entidades, Sampaio apresentou uma série de números do sistema. O Sesc, por exemplo, conta com 587 unidades no país, além de outras 151 móveis. Conta ainda 5,8 milhões de clientes com Cartão Sesc, sendo 4,3 milhões com renda inferior a 3 salários mínimos. “São 1,8 milhão de ações culturais e 830 mil inscrições em cursos, palestras e oficinas”, exemplificou.

Já o Senac é, para Sampaio, case internacional na formação e qualificação profissional no mundo. “Só no ano passado, foram 2,1 milhões de atendimentos e 1,2 milhão de matrículas em cursos e módulos de educação profissional”, citou. “No turismo, somos referência na formação profissional, com número significativo de matrículas. Vale destacar o grande número de gratuidades, que responderam por 24% da oferta de vagas em 2018“, acrescentou.

Sistema S e seu financiamento

Ao explicar o modelo de financiamento das associações, Sampaio destacou que se trata de um sistema que se retroalimenta. “Os recursos vêm das empresas, descontada na folha. Se o Guedes diz que pretende criar programas de capacitação, é certo que o governo federal não tem noção do custo que implica isso”, comenta. “Os valores entram na entidade vão todos para pagar custeio, que é nossa obrigação, pois temos um modelo de retroalimentação”, acrescentou Sampaio.

O presidente da FBHA destacou ainda que é grande a quantidade de prefeituras Brasil afora sem orçamento para qualquer ação cultural ou mesmo de qualificação. “Então, caso a ideia vá para frente, é bom comentar que não houve nenhum tipo de consulta à sociedade sobre o papel do Sistema S”, disse. “Estamos trabalhando diariamente para evitar isso, inclusive no Congresso. Se houver alguma mudança, já estamos nos preparando”, finalizou.

(*) A Reportagem do Hotelier News viaja para Goiânia a convite da Equipotel e da ABIH Nacional

(**) Crédito da foto: Vinicius Medeiros/Hotelier News