setor de serviços - julho- pmiÍndice permaneceu abaixo dos 50, que separa crescimento de retração

O setor de serviços brasileiros segue sofrendo fortes perdas de emprego devido à pandemia. Segundo dados do PMI (Índice de Gerentes de Compras) divulgados hoje (5) pela Reuters, no mês passado o segmento registrou declínio em novos trabalhos, mantendo a atividade em contração. 

Ainda que em queda, o estudo apontou que julho registrou melhora e reduziu o ritmo de declínio a 42,5, enquanto junho apresentou contração de 35,9, o que leva o índice ao seu maior patamar em cinco meses.Mas a atividade seguiu em baixa, já que o indicador permaneceu abaixo de 50, que separa crescimento de retração.

O resultado de serviços mostra contraste em relação ao desempenho da indústria, que registrou expansão recorde em julho, com melhora da demanda. Diante disso, o PMI Composto do Brasil permaneceu em território de contração em julho ao mostrar leitura de 47,3, mas acima da marca de 40,5 de junho e no melhor desempenho para o setor privado desde fevereiro.

“Mais um mês de atividade decepcionante no setor dos serviços, especialmente se comparado com o desempenho recorde para a pesquisa observado no setor industrial”, destacou Paul Smith, diretor de Economia do IHS Markit. “O distanciamento social e a hesitação generalizada da população em se comprometer com despesas estão pesando fortemente sobre o desempenho do setor de serviços no início do terceiro trimestre.”

Algumas empresas fornecedoras de serviços relataram que permaneceram fechadas em julho, com a demanda ainda prejudicada pelo coronavírus. Os clientes teriam se mostrado ainda hesitantes em se comprometer com novos contratos devido à incerteza generalizada e aos desafios de condução dos negócios.

Assim, o volume de novos trabalhos diminuiu pelo quinto mês consecutivo, embora tenha atingido o seu ponto mais fraco nessa sequência. Fatores semelhantes, segundo o IHS Markit, tiveram impacto no comércio para exportação, que caiu pelo sétimo mês consecutivo e mais do que em junho.

A falta de pressão sobre a capacidade somada à tendência negativa no volume de novos trabalhos levou as empresas, segundo a pesquisa, a reduzir ainda mais o número de funcionários em julho. Por trás disso estão ainda questões de custos, uma vez que os preços de insumos continuaram a aumentar e em um grau muito maior do que a taxa de junho, quando o ritmo de elevação foi o menor já registrado pela pesquisa.

Setor de serviços: inflação

A inflação foi impulsionada pelos combustíveis e pelas taxas de câmbio desfavoráveis. EPIs (Equipamento de proteção individual), como luvas e desinfetantes, foram também citados como fator inflacionário.

Entretanto, isso não foi repassado aos clientes e os preços cobrados foram reduzidos pela quarta vez seguida, com os entrevistados citando clima difícil de negócios e necessidade de apoiar as vendas.

Ainda assim, as expectativas positivas continuaram a se fortalecer em julho, atingindo o seu ponto mais alto em cinco meses. As empresas indicaram que esperam aumento acentuado dos volumes de novos negócios diante da retomada da atividade do mercado, mas somente quando a pandemia de Covid-19 estiver sob controle.

(*) Crédito da foto: arquivo HN