Lacte 14 painel rupturaNa palestra (da esq. para a dir.): Santos, Sonia, Mancio, Campos e Tricia

No segundo dia da 14ª edição da Lacte (Latin American Corporate Travel & Events Experience), aberta ontem, expectativa de rupturas na hotelaria foi um dos temas abordados. Sessão educativa aconteceu simultaneamente com mais três palestras. Formato segue o conceito de Designing Your Ride, em que o convidado faz sua própria agenda. O evento, promovido pela Alagev, é realizado no WTC Golden Hall, em São Paulo.

Executivos do setor de acomodações, como Paulo Mancio, vice-presidente de Design e Construção da Accor América do Sul, e Sonia Anderson, líder de Integrações de Canais na Airbnb for Work, participaram do painel. Do setor de inovação estiveram presentes Spencer Santos, da Pluginbot, e Thiago Campos, diretor da Omnibees, tendo ainda Tricia Neves, sócia-fundadora da Mapie como mediadora.

A sessão começou apontando o que mudou na hotelaria nos últimos anos. No geral, os participantes concordaram que a busca por experiência, autoserviço e a tecnologia são pontos que causaram rupturas no setor. “Hoje muitas tarefas são feitas por meio do smartphone, e isso teve um impacto positivo. O tempo que se usava para se deslocar para realizar algum serviço e, agora, o ganho que se tem  realizando isso em um aplicativo”, disse Santos.

Para Sonia, o impacto de aplicativos é palpável até mesmo fora da hotelaria. “Para chegar até aqui devo ter usado uns sete aplicativos de viagens diferentes, entre acomodação, deslocamento e reservas. E mais alguns depois que cheguei. Essa tecnologia não vai embora tão cedo”, comentou a americana. 

Com o avanço tecnológico, empresas tradicionais tiveram que se adaptar rapidamente. Segundo Mancio, a Accor virou de ponta cabeça. “A empresa está uma bagunça", brincou o executivo, para depois complementar: "A Accor é tradicional, 50 anos no mercado, então a tecnologia mudou completamente a maneira como fazíamos hospedagens. Tivemos que pensar hotelaria de forma distinta; o robô faz parte disso, a busca por experiências reais, relacionamento com a comunidade, hotéis mais abertos do que fechados. Em um primeiro momento é muito conceitual, mas tem que ser porque para haver mudança é necessário uma ruptura”, ressaltou.

Lacte 14: o futuro é investir em pessoas

Algo que está invadindo com tudo o mundo hoteleiro é a inteligência artificial. Quartos inteligentes e autolimpantes, que excluem a necessidade de contato com a Recepção, daqui a pouco serão comuns. Segundo os palestrantes, contudo, a inteligência vai assumir trabalhos repetitivos e de memórias. “Para o profissional de hoje sobra as relações humanas, serviço mais customizado, experiências ‘real life’. As empresas devem se preparar para isso, investindo também em comunicação, relações pessoais. Conectores serão os profissionais do futuro”, afirmou Mancio. “O que não vai mudar é que sempre haverá o viajante e meios de hospedagem. O que temos que prestar atenção é nas novidades e nos incluir”, completou Campos.

(*) Crédito da foto: Juliana Stern/Hotelier News