dados- home officeEmpresas devem seguir investindo em cibersegurança, mesmo em momentos de crise

O modelo de home office foi adotado por muitas empresas durante a quarentena obrigatória devido à pandemia de coronavírus. Como falamos na matéria anterior, adaptações são necessárias no momento e, quando falamos de proteção de dados não é diferente. A partir do momento que informações vitais das empresas são acessadas fora do ambiente seguro do escritório, uma luz vermelha deve ser acesa.

Para evitar que dados sejam vazados ou capturados por hackers que aproveitam o cenário fragilizado de muitas companhias, o Hotelier News conversou com Carlos Cabral, da área de Threat Intelligence da Tempest – empresa especializada em cibersegurança. Este também é o momento de reforçar que, apesar dos cortes de custos serem inevitáveis, a proteção das informações deve ser um investimento mantido independente do segmento.

“Mesmo com baixo orçamento, é recomendado dedicar algum recurso para a proteção das informações, que hoje é uma necessidade essencial independente do porte da empresa. Estamos vendo muitos ciberataques relacionados ao coronavírus, fraudes e roubo de dados”, alerta Cabral.

Proteção de dados: dicas

A seguir, o profissional enumerou quatro dicas comportamentais que gestores e colaboradores podem adotar para reforçar a cibersegurança de suas empresas:

(1) Pessoal x profissional: se possível, ao fazer a transição para o home office, leve o computador da empresa para casa. Segundo Cabral, é essencial separar o profissional do pessoal e ter uma máquina exclusiva para realizar as tarefas do trabalho. Claro que, esta nem sempre é uma realidade de todas as empresas e colaboradores, mas ajuda a evitar ataques e vazamentos. “É preciso deixar claro o que é pessoal e o que é corporativo. Evite assistir ao Netflix e acessar outras plataformas que não são demandas profissionais. O computador é sua ferramenta de sustento”.

(2) Wi-fi: mude sempre sua senha do Wi-fi. Quem compartilha a rede com muitas pessoas estão mais vulneráveis. “É o mesmo conceito de quando você está em um ambiente fechado com muitas pessoas. A chance de você ser infectado é maior. Mudar a senha constantemente evita acessos indesejados”.

(3) VPN: a sigla para Virtual Private Network se trata de uma rede de comunicação particular, permitindo uma conexão segura entre você e outra rede. Desta forma, a empresa deixa de acessar sites diretamente, passando primeiro pelo VPN e protegendo a transmissão de dados.“O VPN é uma espécie de ‘túnel’ de conexão plugada a rede da empresa, evitando que ela passe por lugares sombrios da web. Muitas companhias já usam e é uma boa proteção”.

(4) Evite alguns acessos: parece óbvio, mas é sempre bom reforçar: evite entrar em sites desconhecidos, emails suspeitos e anúncios mirabolantes. Busque se informar em fontes confiáveis e valide notícias. “Muitas fraudes e golpes estão acontecendo utilizando o coronavírus. São técnicas antigas com roupagens novas. Anúncios de testes e emails simulando grandes empresas são alguns exemplos”.

(*) Crédito da foto: Markus Spiske/Unsplash