live- gestao de caixaAna Biseli Aidar apresentou a pesquisa realizada pelo G8

Mais uma live do Hotelier News e Grupo R1 terminou e, na transmissão de hoje (10), o assunto foi gestão de caixa. Em tempos de pandemia e ainda no olho do furacão da crise, hoteleiros buscam oxigênio para manter seus empreendimentos vivos. Para encontrar soluções, profissionais e especialistas debateram os acessos às linhas de crédito anunciadas pelo governo federal entre outras alternativas financeiras.

Peter Kutuchian (Hotelier News) apresentou os convidados e, em seguida, passou a fala para Vinicius Medeiros (Hotelier News) e Roland Bonadona (Bonadona Consult), moderadores da conversa. No time de debatedores de hoje estavam presentes Ana Biselli Aidar (Resorts Brasil), José Luis Finocchio (Finocchio & Ustra Advogados), Paulo de Tarso Barbosa (Proinvest Finanças Corporativas), Ricardo Mader (JLL Hotels & Hospitality) e Roberto Bertino (Nobile Hotéis).

“O motivo de decidirmos fazer essa live é porque sentimos a necessidade de esclarecer a situação de caixa do setor. Os hoteleiros estão preocupados, alguns conseguiram financiamentos e outros estão pedindo ajuda para encontrar soluções. Precisamos observar junto aos profissionais o que está acontecendo”, inicia Bonadona.

Para introduzir o cenário atual, a presidente executiva da Resorts Brasil, entidade pertencente ao G8 – grupo de associações turísticas que vem articulando demandas unificadas do setor ao governo federal – apresentou uma pesquisa sobre como estão os acessos ao crédito do segmento. No início de maio, o Hotelier News divulgou os dados do levantamento.

“A pesquisa teve o intuito de mapear a situação da recuperação de crédito. Acredito que o G8 será um legado da pandemia, mas precisamos reconhecer os parceiros que possibilitam a geração dessas informações e o desenvolvimento de estudos que nos possibilitam fundamentar demandas. Muitos empreendimentos aguentariam dois meses sem receita, alguns apenas um. Como a pesquisa foi realizada em abril, muitos deles já não aguentam e estão em uma situação crítica.

Live: percepção dos hoteleiros

Do ponto de vista dos gestores, Bertino afirma que os hoteleiros precisam analisar qual o melhor momento para reabrir, visto que mesmo com as retomadas as ocupações ainda serão tímidas e sem garantias de fluxo de caixa. “Nós já entramos baleados na pandemia. Viemos de uma crise grande e, em 2019, constatamos o início de uma recuperação. Este ano era o de expectativa de retomada da diária média. Segundo uma pesquisa do Sebrae, 86% das pequenas e médias empresas tiveram o acesso ao crédito negado. O cenário é escasso e nos resta adotar medidas de austeridade, fazer o uso das MPs e portarias”.

Para Mader, os segmentos hoteleiros foram afetados de formas distintas, em especial resorts e condo-hotéis. “É difícil falar da hotelaria como um todo, pois ela é muito diversificada, não dá pra generalizar. Há setores mais críticos, com os resorts, que chegaram a zero. Os condo-hotéis sofrem muita pressão por resultados e possuem mercados secundários de vendas e os imóveis são avaliados pela distribuição. Muitos empreendimentos já estão vivendo de fundos e não vamos conseguir sobreviver até o final do ano se não encontrarmos alternativas”.

Soluções

Um dos principais pontos abordados na transmissão foram as opções que os hoteleiros têm nas mãos no momento. O diretor da ProInvest explicou algumas delas e falou sobre os receios por parte dos bancos em conceder aportes. “O problema das linhas de crédito é que elas não chegam nas pequenas e médias empresas por falta de garantia. Existe liquidez, mas também aversão de risco por parte dos bancos. A maior parte desse dinheiro foi dirigido às grandes empresas. O governo está fazendo a sua parte e boa notícia é que o BNDES criou um fundo de garantia de crédito para resolver esse gargalo”.

Finocchio deu uma breve aula sobre a diferença entre falência e recuperação judicial e em que momento tais recursos devem ser acionados. “Temos visto no exterior um aumento de pedidos de falência e recuperação judicial, pois geralmente a alavancagem das redes é grande. Estas são as últimas tentativas a serem buscadas após o alongamento e reestruturação de dívidas. Alguns bancos e credores têm sido bem flexíveis nas renegociações. A primeira etapa é a captação do alongamento, seguida pela reestruturação. Passado isso, existem os cenários mais críticos que são a recuperação judicial e falência”.

Para assistir a live na íntegra acesse o link.

(*) Crédito das fotos: reprodução da internet