Fórum da Hotelaria Nacional - Ricardo MaderEm sua fala, Mader detalhou o estudo da JLL

A sequência do I Fórum da Hotelaria Nacional, aberto hoje (4) pela manhã, teve debates sobre as perspectivas para o mercado hoteleiro e um painel sobre as Reforma Trabalhista. O encontro, promovido pelo FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), paralisa agora para o almoço dos cerca de 400 participantes.

Diretor da JLL Hotels & Hospitality Group, Ricardo Mader detalhou os números da pesquisa Hotelaria em Números. Em linhas gerais, o estudo mostra que a hotelaria nacional apresenta recuperação na ocupação média, mas esta não é seguida por aumento na diária média. 

“É esse o desafio para o mercado brasileiro. Em cima das perspectivas apontadas pelo Ricardo Amorim na palestra anterior, há espaço para a hotelaria dar esse passo”, avalia Mader.

Fórum Nacional de Hotelaria: Reforma Trabalhista

O painel “Nova relação trabalhista. Como o setor hoteleiro pode se beneficiar” teve a participação de José Pastore, economista e presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Fecomercio SP; e Jorge Arbache Filho ,secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

Na avaliação dos dois palestrantes, a nova legislação trabalhista (Lei 13.467), bem como a Lei da Terceirização (Lei 13.429), trouxe mais flexibilidade para contratação. “A Reforma Trabalhista valoriza o negociado entre as partes, incluindo os sindicatos. Há ainda outros pontos positivos, como novas maneiras de contratação e de remuneração, entre outras coisas”, destaca Pastore.

O especialista também ressaltou que a reforma desestimula o litígio, uma vez que impõe uma série de obrigações às partes. Custos processuais para os reclamantes, limites para os honorários dos advogados e para as indenizações (que antes ficavam a critério dos juízes), são algumas das razões apontadas por Pastore para isso. 

Fórum da Hotelaria Nacional - Reforma TrabalhistaPastore e Arbache: legislação flexibilizada

Legislação atualizada

Arbache também acredita que houve avanços na legislação, que estava desatualizada e desconectada com práticas internacionais. “Isso resultava em um ambiente ruim para empregador e empregados. Mais ainda, dificultava investimentos, elevava custos e permitia a intromissão excessiva da Justiça do Trabalho na relação entre as partes”, destacou. 

Diante da competição internacional que o Brasil cada vez mais se insere, o representante do governo brasileiro destacou que a reforma auxilia o país neste sentido. “Há ganhos de produtividade e de competitividade. Não é possível que alcançar um crescimento sustentável sem isso”, avalia.

Em especial para o turismo, Arbache cita algumas vantagens da Reforma Trabalhista. “Turismo tem sazonalidade, então a reforma é interessante ao possibilitar uma flexibilidade que existia apenas de forma muito rígida. É possível que se torne um ponto importante pata o setor”, avalia.

Ainda assim, Pastore ressaltou que o mercado como um todo ainda resiste em utilizar as regras trazidas pela Reforma Trabalhista. “Está todo mundo aguardando as eleições, pois não se sabe quem vai ganhar”, diz o especialista, destacando que alguns dos candidatos falam em rever tudo que foi aprovado. “Ainda assim, os empresários podem implementar algumas medidas com segurança. Um bom exemplo é a remuneração variável por produtividade, desde que negociada juntamente com os sindicatos”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Vinicius Medeiros/Hotelier News