Juma Ópera - Caio FonsecaFonseca: hotel quer atrair também manauaras

Manaus vai ganhar um hotel boutique de luxo logo no segundo semestre de 2019. Com investimento de R$ 25 milhões, o Juma Ópera será aberto nas proximidades do Teatro Amazonas, joia arquitetônica da capital amazonense. O empreendimento é nova investida do sócio do Juma Amazon Lodge, Caio Fonseca, na hotelaria amazonense. A previsão de inauguração é para julho.

O Juma Ópera vai ocupar um terreno que conta com casarão e um prédio de menor porte dos anos 1970 que foram totalmente retrofitados. Além disso, um edifício anexo foi erguido do zero, mas mantendo as características arquitetônicas dos outros dois. “O projeto já existe há 10 anos, mas houve muitas mudanças na sua concepção no período”, ressalta Fonseca.

“Em função da riqueza histórica do casarão, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) foi bastante rígido. O investimento, que inclui a compra do imóvel e de terrenos ao lado, foi feito com recursos próprios e financiamento, o que atrasou ainda mais tudo”, explica.

Casarão (à esq) hospedou Theodore Roosevelt

A rigidez por parte do Iphan faz todo sentido. Erguido no século XIX, o casarão que serve como edifício principal do empreendimento faz parte da história de Manaus. De início, serviu como ponto de apoio para a construção do Teatro Amazonas, cuja inauguração data de 1896. Depois, foi transformado no Consulado dos Estados Unidos, sendo a seguir residência dos Mestrinho, tradicional família da política local. 

“Durante a Expedição Científica Rondon-Roosevelt, ocorrida de 1912 a 1913, o ex-presidente americano Theodore Roosevelt visitou Manaus e ficou hospedado uma noite no casarão”, destaca Fonseca. “Como imaginamos receber muitos americanos, que é nosso principal público no Juma Amazon Lodge, vamos destacar esse fato na divulgação do hotel”, completa.      

Juma Ópera: o hotel

No total, o empreendimento terá 42 apartamentos, provavelmente em quatro categorias. Fonseca destaca que 80% têm vista direta para o Teatro Amazonas. “Os quartos terão de 17 a 50 metros quadrados (m²), sendo todos de alto padrão”, explica. “Numa segunda etapa, podemos elevar o número de habitações para 47. Temos um imóvel vizinho alugado que serve como refeitórios dos funcionários, além de ter uma loja. Podemos usá-lo para construir mais cinco quartos. Em relação a tarifário, pensamos em diárias na casa de R$ 600”, acrescenta. 

O Juma Ópera terá ainda lobby bar, piscina, academia e um restaurante, que fica em uma bonita redoma de vidro (repare nas fotos). “Queremos que o hotel também seja frequentado pelos manauaras. Então, o objetivo é girar a área de A&B (Alimentos & Bebidas), atrair o público local, que é carente de bons restaurantes. A ideia é explorar a culinária amazônica”, afirma Fonseca.

Juma Ópera - restauranteRestaurante está sendo concebido atrair manauaras também

A infraestrutura de eventos contará com um centro de convenções com 250 m². “Como estamos bem próximos da Paróquia São Sebastião, uma das mais procuradas na cidade para casamentos, esse é um segmento que desejamos explorar”, revela Fonseca.

Segundo o empresário, que acaba de concluir um projeto de ampliação dos bangalôs no Juma Amazon Lodge, as obras estão em ritmo acelerados. “O projeto tem 10 anos e, há dois, intensificaram-se. Neste momento, estamos finalizando a parte de instalações. Assim que terminar, começam os acabamentos”, revela.

O projeto de arquitetura, que inclui o retrofit do casarão e a construção do anexo, foi desenhado pelo arquiteto Roberto Vinograd, com apoio local de Landa Bernardo. Já o design de interiores ficou a cargo do escritório Debora Aguiar Arquitetos, de São Paulo.

(*) Crédito das imagens: Divulgação/Juma Ópera