Vista do Parque de Eventos do La Torre onde a natureza é exuberante
(fotos: Peter Kutuchian)

Minha pergunta não é o que a baiana tem. A indagação quando fui pela primeira vez ao La Torre, em Porto Seguro, assim que pus o pé dentro do resort foi: o que é que o La Torre tem? Afinal, o que escutamos falar em geral do empreendimento são só coisas boas. Ocupação média no ano acima de 80%. Até aí, tudo bem, Porto Seguro é o destino turístico mais vendido no Brasil. Pode ser um reflexo disso? Mas, o que faz o La Torre ser o primeiro resort melhor ranqueado no TripAdvisor, com mais de cinco mil avaliações? Bom, para tirar as dúvidas, passamos três dias dentro do La Torre, conhecendo esse all inclusive envolto de natureza e localizado na Praia do Mutá, na Costa do Descobrimento, lá onde dizem que Cabral apontou suas caravelas, iniciando a história tupiniquim.

Tenho perguntado ultimamente por aí para alguns amigos e conhecidos o que é mais importante na vida deles. A maioria pensa um pouco e responde: a família! E onde mais, no universo do turismo, a hospedagem é pensada para ela? Onde há uma equipe de monitores que divertem os pequenos e tentam em algumas horas do dia reunir também pais, avós e tios nas brincadeiras em volta da piscina? Os resorts são pura alegria e entretenimento. 

Mas, a verdade é que nem todos pensam assim. Os resorts são criticados pela elite nababesca turística, como reduto do barulho, das filas na hora de comer, da música alta. A senhora com óculos escuros gigantes e chapéu que faz sombra no corpo todo torce o nariz quando as crianças passam gritando por ela. Imagina se ela vai se misturar com outros hóspedes numa provável fila para pegar um suco? A vida é assim.

Mas, no La Torre, o modus operandi é diferente. O resort é eclético. Tem várias alas de apartamentos e suítes, distribuídas em 120 mil metros quadrados de área repleta de jardins. Não quer ficar hospedado perto da piscina central, onde a maioria dos hóspedes passa a maior parte do dia e onde acontecem as brincadeiras de dança e hidroginástica? Quer privacidade? Cruze a rua e alugue uma das 24 casas dentro da Vila La Torre, todas com piscina privativa, três quartos e capacidade para até oito pessoas. Ah, a casa é muito grande? Então vá para a ala ao lado onde tem a Piscina Topázio, com habitações de categoria Suite Family. É quase um hotel-boutique dentro do Complexo La Torre e foi construído exclusivamente para hospedar a seleção suíça de futebol na Copa de 2014.

Uma das seis piscinas do La Torre; esta é a Corais

Ainda tem a ala da piscina Corais, envolta de mais Suites Family. E a do Mirante, com as Suítes Superior recém-reformadas e bem perto da saída para o Clube de Praia.

Mas, talvez o quesito mais importante de um resort seja a gastronomia, principalmente quando se trata de um serviço all inclusive. Nesse ponto, os oferecimentos alimentares do La Torre contemplam uma variedade ampla em todas refeições, incluindo pratos típicos da região. A qualidade é excelente.

Do meio da tarde em diante, o Clube de Praia e o Bar do Parque oferecem petiscos e a partir das 11h até as 23h, pizzas saem continuamente do forno para saciar a fome depois de um mergulho. Além disso, tem rodada de hambúrgueres, o restaurante À La Carte, com pratos da alta gastronomia e os bares que ficam nas piscinas. 

E não é só. Atividades paralelas são criadas pelo diretor geral do La Torre, Luigi Rotunno e sua equipe como festivais de música e bate-papos com a presença de influenciadores. “Temos que trazer experiências para os viajantes que ficam conosco. Precisamos nos reinventar o tempo todo, por isso muitas novidades virão em breve para nossos clientes. A frase aqui no La Torre é “gerar experiências para os nossos hóspedes”, porque se hospedar é apenas o primeiro passo para o encantamento”, convida o luxemburguês que virou baiano e criou um dos principais resorts do País.

Por Peter Kutuchian*

O La Torre tem sido ampliado e reformado constantemente. A história do empreendimento está alinhada com a chegada de Rotunno ao Brasil. Depois de cruzar diversos Estados, aportou em Porto Seguro e vislumbrou trazer turistas da Europa para o destino baiano. Com o tempo, entre idas e vindas, um dos hotéis que comercializava parou de operar. “Havia um grupo que iria chegar em poucos dias, mas o proprietário do La Torre, que na época era um hotel com poucos quartos, não quis saber e me disse, se quer hospedar seus clientes, assuma a operação”, conta o próprio Luigi.

E foi o que ele fez, reuniu os colaboradores e perguntou se era possível operar o hotel. Esse é o começo da história. Depois, ele buscou investidores na Itália e comprou o La Torre – atualmente Rotunno é o investidor majoritário e mora no próprio complexo. As reformas, ampliações foram acontecendo e a transformação se fez notória. 

Para o futuro, Luigi e sua esposa, Renata Righi, diretora comercial do La Torre, querem transformar ainda mais o empreendimento. “Queremos que o La Torre seja um resort de luxo e estamos trabalhando para isso”, diz Renata.

Com capacidade para hospedar mais de 1 mil pessoas, a direção sustenta a ocupação no máximo em 800 hóspedes. “Mais do que isso gera gargalos desnecessários. Nossa ocupação gira em torno de 80% ao ano, com picos de até 90% em alguns momentos. Estamos satisfeitos assim, pois prezamos pelo conforto dos nossos clientes”, dizem os direcionadores do La Torre.

Antenado na tecnologia, Luigi conduz uma equipe própria de marketing seja para divulgar novidades ou para criar tendências, como é o caso do Yago, mordomo virtual – na verdade um aplicativo – que facilita a operação das diversas solicitações dos hóspedes o tempo todo. “Fazemos tudo aqui, desde o desenvolvimento do site até o gerenciamento do conteúdo das mídias sociais, onde temos mais de um milhão e meio de seguidores”, diz Rotunno.

O potencial de transformação do La Torre é notório para quem atua há mais de 25 anos na hotelaria. O astral e o comprometimento da equipe do empreendimento é um dos trunfos do resort. “Nossos colaboradores são nosso maior trunfo e são eles que fazem a entrega”, diz Renata. E não é só papo não. Luigi mantém um fundo para auxiliar os mais dos 400 funcionários em momentos como compra de materiais escolares ou pequenas reformas. “Fazemos empréstimos para ajudar a todos. Somos uma família que recebe famílias e esse é o nosso maior case”, finaliza Rotunno.

E aí, vamos ao La Torre?

Experiência gastronômica
All inclusive verdadeiro. Alimentação 24h, incluindo bebidas alcóolicas, que são servidas até a meia-noite. Café da manhã, almoço, jantar, que também pode ser degustado no restaurante À La Carte mediante reserva e estada mínima. A tarde tem petiscos no Clube da Piscina e no Bar do Parque. Pizza servida das 11h às 23h, lanches a partir das 16h, incluindo festival de hambúrgueres. E se ainda der fome tem o room service.

A gastronomia do La Torre agrada a gregos e troianos. Tem de tudo. O café da manhã é vasto e como nas outras principais refeições do dia, almoço e jantar, há oferta de pratos típicos da região. A quantidade de opções é ampla e a qualidade é esmerada.

As três principais refeições são servidas na praça de alimentação, localizada em frente a piscina Central. O espaço do buffet fica em uma área fechada, onde a quantidade de estações permite a circulação dos hóspedes sem atropelos. Com o prato na mão, o hóspede se dirige à praça onde as mesas acomodam confortavelmente seis pessoas. É lá também onde fica o bar principal. Cervejas e drinques são pedidos no balcão. Sucos, refris e café são “tirados” diretamente pelos comensais nas máquinas. 

Tanto no Club da Piscina como no Bar do Parque, em certos dias da semana a música ao vivo atrai os hóspedes que podem tomar um Johnny Walker oito anos e comer petiscos típicos como o camarão à paulista.

A alimentação do La Torre é um dos itens mais elogiados no empreendimento. Assino embaixo e bom apetite.

Hospedagem
Com 264 habitações distribuídas em cinco categorias, Standard, Luxo, Suítes Superior e Suites Family, além das residências na Vila La Torre, o menor quarto (Standard) pode acomodar três pessoas. Na sequencia, o Luxo e a Suíte Superior comportam quatro pessoas, dois adultos e duas crianças ou três pessoas e uma criança. E na Family, que tem 70 metros quadrados de área, seis pessoas podem ficar hospedadas, sendo quatro adultos e duas crianças.

Todas as categorias estão passando por reformas e por sinal estão ficando bem atualizadas e agradáveis para se estar. Varandas com redes fazem parte da configuração de todas as habitações, exceto as Standards.

Amplas e completas, as habitações para as famílias são verdadeiras “casinhas”, agregando conforto e acolhimento. Astral gostoso que com certeza irá propiciar bons momentos de diversão.

Vila La Torre
A Vila La Torre está localizada ao lado do resort. É só sair pela portaria 2 onde fica a piscina Corais e caminhar dois minutos. A Vila concentra 24 casas de 150m², distribuídos em dois pavimentos, com um quarto e duas suítes e capacidade para hospedar oito pessoas. 

Foi na unidade 233 que ficamos hospedados. E olha que não deu vontade mais de sair dali. Só faltou a família. Rodeada de belos jardins, o pavimento térreo possui sala de estar, cozinha completa com geladeira, freezer, fogão, microondas, varanda com mesa, piscina e área de serviço, além de um quarto e banheiro social.

No andar de cima, duas suítes amplas – uma com varanda – servem de base para seis pessoas. Armário, cofre, TV e telefone fazem parte das amenidades oferecidas na estrutura.

Na Vila La Torre existem também quatro blocos de Suite Family, num total de 16 habitações. Para os hóspedes dessa categoria há uma piscina e uma academia de ginástica. 

O Vila La Torre é ideal para estar com a família ou grupo de amigos. A privacidade é total e há ainda o room service para atender alguns pedidos caso a preguiça bata forte. Ah, o traslado para o resort pode ser feito por carrinhos elétricos. É só discar 9 para chama-los.

Reserva Jaqueira
A Reserva Jaqueira da etnia pataxó fica a oito quilômetros do La Torre e foi para lá que fomos numa manhã para conhece-la, acompanhados de Bruna Eugênia, gerente de Marketing do resort. 

Mesmo com minhas andanças por outras aldeias no Brasil, não havia escutado falar da Reserva e foi uma grata surpresa poder ver uma aldeia tão bem desenvolvida para o turismo. Enquanto estávamos lá, chegaram dois ônibus de uma grande operadora para dançar o auê e experimentar o peixe assado na folha de patioba.

A história da Reserva da Jaqueira começa em 1986 quando três nativas pataxós resolveram sair de Reserva Pataxó de Coroa Vermelha para fundar uma aldeia que conseguisse manter a tradição e cultura. Com o tempo e com a aprovação do Universo, a pequena aldeia cresceu e virou uma reserva com 827 hectares de mata nativa, sendo 40% primária.

Atualmente, cerca de 160 nativos vivem na Reserva e, além de fazerem um trabalho de reflorestamento, recebem uma média de 70 turistas diariamente. “Nosso objetivo é mostrar às pessoas como podemos interagir com a natureza sem destruir o ecossistema e integra-las com a Mãe Terra por meio de nossa dança”, disse Ixichanawã, uma das fundadoras e líderes da Reserva.

Com um excesso de limpeza e organização, a Aldeia pode receber também hóspedes para uma ou duas noites em kijemis (ocas) construídas especialmente para a pernoite, enaltecendo a vivência e auxiliando na reconexão do indivíduo com a natureza e sua essência.

Para mais informações e reservas consulte a Pataxó Turismo

Serviço
resortlatorre.com.br

* A reportagem do Hôtelier News hospedou-se no La Torre Resort All Inclusive a convite do empreendimento.