anhembi leilãoImóvel valeria 56% a menos do que o piso estipulado pelo TCM

Laudos que integram o processo de privatização do Anhembi mostram que a gestão Bruno Covas não tem as melhores chances de venda do complexo. O motivo seria a estipulação de um valor mínimo para a venda estipulado pelo TCM (Tribunal de Contas do Município). As informações são do jornal A Folha de S. Paulo

Na semana passada, o TCM autorizou o leilão da SPTuris, empresa oficial de turismo da cidade que administra o complexo. Mas definiu um piso no valor de R$ 1,45 bilhão. O leilão, que estava inicialmente marcado para junho, já havia sido suspenso pelo órgão por aparente subavaliação dos ativos imobiliários da propriedade

Pela melhor avaliação obtida pela prefeitura e realizada pela CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços), o valor do ativo estaria em R$ 927,48 milhões. A estimativa é 56% (R$ 522 milhões) menor do que o montante mínimo estipulado pelo TCM.

Em estudo, a CPOS classificou como “baixa” a atual condição de liquidez do Anhembi, considerando a situação econômica do país e o porte do ativo. Para a empresa, poucas incorporadoras teriam condições de comprar o complexo pelo valor avaliado. O piso diminui ainda mais o grupo. 

Além da CPOS, a prefeitura contratou outra consultoria para qualificar o Anhembi. Pela avaliação da Brasil Plural Consultoria estabeleceu valor de venda do imóvel em R$ 586 milhões.

Anhembi: parecer TCM

Para o conselheiro do TCM, Domingos Dissei, o parecer que estipulou o valor de mais de R$ 1 bilhão para o imóvel é justo pelo potencial do complexo. "Tenho convicção de que é um valor justo, considerando o interesse público e a efetiva busca do resultado mais vantajoso para a administração", afirma Dissei. 

O conselheiro também citou a localização privilegiada e argumentou que não há imóveis com as mesmas características na capital paulista. Sua decisão levou em consideração o estudo do Cresci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo) que estipula R$ 1,4 bilhão como valor do ativo. Apesar de ter acrescentado R$ 50 milhões ao parecer oficial. 

A Prefeitura de São Paulo deve entrar com recurso no TCM contestando a decisão, alegando que o piso inviabiliza o leilão. 

(*) Crédito da foto: João Cordeiro/SPTuris