IBGE - taxa de desempregoFila por emprego em Brasília: total de trabalhadores registrados caiu

O Brasil iniciou o ano com alta no desemprego. No trimestre encerrado em janeiro, a taxa de desocupação no país chegou a 12%, nível mais alto em cinco meses. Nos três meses anteriores até dezembro, o indicador estava em 11,6%, informou hoje (27) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o órgão, a alta sinaliza um movimento sazonal de dispensa após as contratações de final de ano, com persistência da informalidade. O ponto positivo é que se trata da taxa mais baixa para o primeiro mês do ano desde 2016. O resultado ficou praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters, de 11,9%.

“Era um movimento esperado dado o nível de atividade no país e o alto nível de informalidade”, comenta Cimar Azeredo, coordenador da pesquisa do IBGE. “É um movimento de dispensa de temporários, administração pública e outros. O que poderia era a conjuntura surpreender, mas não é o que vimos”, completa.

O número de desempregados no país subiu a 12,669 milhões entre novembro e janeiro, depois de ter terminado 2018 em 12,195 milhões. No mesmo período de 2018, eram 12,689 milhões de desempregados, informou o IBGE. Já o número de desalentados, ou a quantidade de trabalhadores que desistiram de procurar uma vaga, foi a 4,716 milhões, contra 4,706 milhões no trimestre até dezembro.

A taxa de desemprego é um indicador macroeconômico vital para toda economia e, claro, o mercado de turismo. A relação é clara: mais gente desocupada normalmente redunda em menos gastos com lazer, caso das viagens. O Brasil abriu 529.554 vagas formais em 2018, tendo salto positivo no postos de trabalho pela primeira vez desde 2014. Segundo especialistas, o resultado é reflexo da melhoria da atividade econômica, embora o número de desempregados siga alto. Os dados foram divulgados no início do ano pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), vinculado ao Ministério da Economia.

IBGE: carteira assinada

O contingente de pessoas ocupadas atingiu 92,547 milhões, sendo que o emprego formal continua em decadência. Vale destacar que o cenário ocorre em meio a uma economia ainda sem fôlego expressivo, embora a expectativa seja de melhora progressiva.

O emprego com carteira assinada teve recuo nos três meses até janeiro, fechando o período em 32,916 milhões de pessoas. No trimestre até dezembro, esse contingente de trabalhadores somava 32,997 milhões. O IBGE informou ainda que o número de pessoas sem carteira assinada no setor privado atingiu 11,307 milhões, aumento de 2,9% frente igual período de 2018.

Já o rendimento médio do trabalhador foi de R$ 2.270 nos três meses até janeiro, contra R$ 2.256 no trimestre até dezembro e R$ 2.251 em igual período 12 meses antes. “A economia tem que entrar nos trilhos, e o país tem que ter um cenário macro para estimular investimentos, contratações, com carteira e movimentar a economia”, finaliza Azeredo.

(*) Crédito da foto: Ueslei Marcelino/Reuters