GP- coletivaOcupação hoteleira chegou a 97% no período da prova em 2018

Após a assinatura do termo aditivo de cooperação com a iniciativa privada feita pelo presidente Jair Bolsonaro na manhã de quarta-feira (8), que visa levar a Fórmula 1 para o Rio de Janeiro em 2020, o governo de São Paulo resolveu se pronunciar. O governador João Dória ao lado do prefeito da capital, Bruno Covas, realizaram uma coletiva de imprensa hoje (10), no Palácio dos Bandeirantes.

À mesa estavam Rodrigo Garcia, vice-governador e secretário do governo, Vinicius Lummertz, secretário de Turismo e Henrique Meirelles, secretário da Fazenda e Planejamento. “O governo quer deixar bastante claro que o Grande Prêmio do Brasil está em São Paulo e continuará em São Paulo até 2020”, garante Dória. “Temos um contrato assinado com os promotores da Fórmula 1 que estabelece cláusulas rigorosas e multas pesadas se qualquer uma das partes não cumprir o acordo”, ressalta. 

Bruno Covas destacou os importantes impactos econômicos e turísticos que o evento traz à cidade. Em 2018, a Fórmula 1 movimentou R$ 334 milhões, 20% a mais que 2017, além de receber 150 mil expectadores, incremento de 6,4% na mesma base de comparação. Segundo dados do STR, São Paulo registrou no ano passado a melhor taxa de ocupação do país, tendo como principais fatores o Carnaval e o GP. Apenas no período da prova, a capital chegou a 97% de ocupação. “Embora não seja o maior público em números, cerca de 77% dos expectadores são turistas que frequentam nossos restaurantes, utilizam táxis, ou seja, que gastam na cidade de São Paulo”, complementa o prefeito.

Segundo dados da ABIH-SP, grande parte dos visitantes estrangeiros são oriundos da Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai, além de europeus, asiáticos e norte-americanos. A média de permanência na cidade-sede é de três pernoites e o gasto médio per capita de R$ 3330. A prova também gera cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos apenas com a realização do circuito, fora as contratações permanentes.

O governador salientou o peso da história da capital paulista como sede e das melhores condições de infraestrutura para receber o evento. “É uma tradição de mais de uma década e de um país que já produziu vários campeões. Não abriremos mão do GP, a capacidade econômica de uma cidade de 13 milhões de habitantes garante o volume de ingressos e preço que sustenta o investimento da Fórmula 1”, explica.

Dória também disse que respeita o desejo do governo do Rio em levar a prova para a cidade, mas lembrou que o projeto do autódromo carioca ainda não foi planejado nem orçamentado. “Além das questões jurídicas e institucionais, há a questão econômica. O projeto do autódromo de Deodoro não foi desenhado, planejado e orçamentado para 2020. Algo não orna e é um fato que precisa ser levado em conta”, explica. “O Rio de Janeiro pode buscar suas vocações para receber grandes eventos, mas irá disputar com São Paulo e temos mais chances de vencer”. 

Fórmula 1: concessão de Interlagos

Na última quarta-feira, a prefeitura da capital enviou para a Câmara Municipal um projeto de lei de regime de urgência para a concessão do Autódromo de Interlagos. Segundo o prefeito, a manutenção do GP  foi um dos motivos da cidade desistir da privatização. “Uma das premissas é a manutenção de Interlagos. Estamos correndo para garantir isso e renovar o contrato com os promotores da Fórmula 1”, afirma. 

(*) Crédito das fotos: Nayara Matteis/Hotelier News