Infraero - Aeroporto Internacional Afonso PenaAeroporto Internacional Afonso Pena deve ser privatizado este ano

O governo federal deve anunciar a privatização de aeroportos sob gestão da Infraero na região Sul no segundo trimestre. Na mira está, por exemplo, o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba. A estratégia se insere em um plano para atrair capital privado para melhorar a logística do país. A declaração é de Adalberto Vasconcelos, secretário do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), que concedeu entrevista ontem (21) à noite à Reuters.

O governo Bolsonaro está impulsionando o PPI, lançado em 2016 pelo ex-presidente Michel Temer. Para melhorar as viagens aéreas para turismo, agricultura e indústria petrolífera, 20 aeroportos serão leiloados em 15 de março, em três blocos regionais.

Vasconcelos disse que mais um ou dois blocos serão anunciados após março. Joias da coroa da Infraero por seus intensos tráfegos de passageiros, os aeroportos de Congonhas (São Paulo) e Santos Dumont (Rio de Janeiro), não serão inclusos nas privatizações.

Aeroportos e Infraero

Já Ronei Glanzmann, novo secretário de Aviação Civil, vinculado ao Ministério da Infraestrutura, disse ontem que a estatal vai ser fechada durante a gestão de Jair Bolsonaro. “Atendendo às diretrizes macroeconômicas do governo de redução do Estado, a Infraero será extinta após a concessão de todos os seus aeroportos", disse Glanzmann, em entrevista à Folha de São Paulo.

Segundo o secretário, o fechamento da Infraero deve ocorrer ao final das sexta e sétima rodadas de concessões de aeroportos. A previsão é que os leilões se estendam até 2021, com a inclusão de Congonhas e Santos Dumont.

Glanzmann acrescentou que o governo vai, inclusive, desfazer-se das participações de 49% que a Infraero detém em alguns terminais, casos dos Aeroportos Internacionais de Confins (Belo Horizonte) e de Guarulhos (São Paulo). "É um processo que vai levar de um ano e meio a dois anos para ser organizado, pela própria empresa. A ideia é que seja feita a alienação desses 49% retirando definitivamente o setor público da operação aeroportuária do Brasil", disse.

O secretário também adiantou que parte dos funcionários da Infraero será transferida para a NAV Brasil – Serviços de Navegação Aérea, estatal responsável pelo controle do espaço aéreo criada no final da gestão Temer. "O assunto extinção da Infraero e seus funcionários será conduzido pelo governo federal com a máxima responsabilidade e transparência. Estamos lidando com 10 mil famílias e ninguém vai ser louco de sair demitindo todo mundo a toque de caixa", finalizou.

(*) Crédito da capa: Gabrielli Menezes/Grupo Abril

(**) Crédito da foto: Divulgação/Infraero