De Olinda, Pernambuco

Maria Lúcia Garcia durante sua palestra

"Comportamento do Consumidor e Tendências Gastronômicas" foi tema da segunda palestra do segundo dia do FHAN (Fórum de Hospedagem e Alimentação do Nordeste), proferida por Maria Lúcia Garcia. Antes dela, Chieko Aoki abriu a grade desta quinta-feira (4). Ontem, palestraram, Martha Gabriel, os consultores da Guersola e especialistas da Amarante Hotéis. O Fórum acontece dentro da primeira edição do HFN (Hotel & Food Nordeste), feira que ocorre até a amanhã (5) no Centro de Conveções de Pernambuco, em Olinda, na Região Metropolitana de Recife. 

Maria Lúcia iniciou sua apresentação trazendo alguns índices de mercado. Cerca de 25% da renda do Brasil é gasta com comida de rua, gerando um volume de R$ 170 bilhões por ano, que representa 10% do PIB nacional. Sobre o consumo 18% da população frequenta restaurantes a la carte e 11% circula em bares.

Segundo a especialista a gastronomia está sempre em evolução e já passou por diversas fases no Brasil. “Neste momento o crescimento está cada vez mais notório na valorização da saúde, do bem estar e da sustentabilidade”, explicou. 

Segundo ela, a maneira como os nutrientes são vistos na atualidade é muito diferente do que há 10 anos. “Essas tendências em saúde recebem influência direta das descobertas e avanços da ciência. Antes, as embalagens não traziam tantas informações sobre sódio, glúten etc. Hoje, uma grande parcela da população está procurando ter uma alimentação saudável”, explicou a palestrante, que é presidente da SBGan (Sociedade Brasileira de Gastronomia e Nutrição).

Tendências da gastronomia

Sobre as tendências, Maria Lúcia disse que mesmo que as pessoas busquem por alimentos saudáveis e nutritivos, elas querem sentir um sabor e ter uma experiência gourmet. “O sabor está ligado ao prazer e ninguém está deixando de buscar sabor, mas sim aliar o útil ao agradável. Sobremesas de tamanho menor estão sendo oferecidas para que assim as pessoas possam degustar vários tipos de doces, mas sem prejudicar a saúde”, explicou.

Ela também disse que os artesanais também está cada vez mais sendo procurados. “Pães de fermentação natural e derivados são itens que estão sendo consumidos cada vez mais. Grãos e frutas, por exemplo, também tem lugar garantido nas prateleiras”, colocou Lucia.

Veganos e vegetarianos

Maria Lúcia trouxe também índices sobre os veganos e vegetarianos, segundo uma pesquisa do Ibope. “A pesquisa mostra que em 2018 14% dos brasileiros são veganos ou vegetarianos. São 5 e 16 milhões, respectivamente. É preciso ter um olhar nesse público, pois representam uma parcela importante dos consumidores”, enfatizou.

Além dos veganos e vegetarianos, existem também pessoas que têm intolerância à lactose e glúten. “Mesmo que pareça modismo, é preciso atender esse consumidor, por isso ter opções desse tipo precisam estar no cardápio de dos restaurantes dos hotéis, por exemplo”. 

Os carboidratos também estão sendo vistos com receio. Há compostos dentro deles que também estão sendo vistos como intolerantes. “Comer menos carboidratos é uma tendência estabelecida entre os mais engajados em saúde entre 25% e 30% da população”, explicou.

Sustentabilidade

Outra tendência apresentada por Maria Lúcia foi a sustentabilidade. “Hoje precisamos saber de onde vem o alimento, como é produzido e se o acondicionamento e transporte é correto. É preciso ter uma gestão correta de água, gás e energia, evitar o desperdício e fazer a correta destinação do lixo e do ato de reciclar”, finalizou.

(*) Crédito da foto: Peter Kutuchian/Hotelier News