day use- osvaldo julio netoPara Neto, este é o momento ideal para explorar o day use

Já foi dada a largada para a retomada do turismo e, com o retorno das operações, a hotelaria busca novas medidas para desafogar a crise. Os tempos agora são outros e aos poucos, o setor encontra soluções para se adaptar. Uma nova tendência que visa angariar clientes é a implementação do day use. Mas será que vale o investimento?

De início, pode ser uma boa alternativa para ganhar receita e até mesmo reconquistar hóspedes que ainda estão receosos em deixar seus lares. É um bom momento para deixar claro a implementação dos novos protocolos e começar a respirar novamente. “A hotelaria necessita de receita e está com uma grande vacância de inventário. Tem que explorar e muito o day use”, recomenda Osvaldo Julio Neto, CKO da Hotel College.

E como calcular o retorno sobre este investimento? Segundo Neto, o grande erro dos hotéis quando oferecem o serviço é justamente não saber o custo do apartamento e cobrar um valor baseado em chute. Além das despesas em mãos, ainda é preciso pensar no que mais pode ser oferecido ao hóspede. “A venda interna para day use é importantíssima, como por exemplo a comercialização de alimentos, lavanderia, estacionamento e internet”, aponta Neto.

Após o período da pandemia, entretanto, é preciso colocar na ponta do lápis se a oferta ainda faz sentido para a marca. Segundo o executivo, a estratégia para agora é muito válida, mas para o futuro, é de se pensar. “Em dias normais, dificilmente um hotel executivo consegue abrir mão de uma diária por uma fração”.

O momento pode ser ainda de aprendizado. Aos hotéis que nunca lidaram com o modelo de atendimento, agora é a hora de adquirir o know how. “Em muitos resorts há um grande conflito entre o hóspede regular e o cliente de day use, o que acaba gerando um certo ciúme. Agora é o momento ideal para adequar os produtos e a si mesmo, para que no futuro estas situações não ocorram”, complementa Neto.

Grandes marcas já recorrem à alternativa, a exemplo de nomes como Bourbon Hotéis & Resorts e Atlantica Hotels. Esta última, inclusive, investe em dois modelos diferentes. Divididas em duas propostas, a marca conta com day use e day office. “Queremos atender à demanda de quem precisa de um descanso por ter uma jornada exaustiva ou de quem não consegue trabalhar na sua casa”,  aponta Leonardo Rispoli, vice-presidente de Marketing, Vendas e TI da Atlantica Hotels. 
 

day use- jorge chavesChaves: ação contribuiu para a ocupação e atendeu às necessidades dos clientes

Day use: alternativa para o home office

Para além do lazer, empresas aproveitam o momento para iniciativas como a apresentada pela Atlantica. A Rede de Hotéis Othon, por exemplo, incluiu o day use office entre seus serviços. “Neste momento em que precisamos aumentar a atratividade para os hotéis, esta ação contribuiu para a ocupação, e atendeu a uma necessidade dos clientes”, avalia Jorge Chaves, gerente corporativo de Vendas, Marketing e Operações.

Quanto aos gastos para essa nova medida, Chaves explica que os custos de limpeza e cuidados é o mesmo de uma hospedagem regular. “Um quarto fechado e sem hóspedes também têm um custo que todos os dias ao virar da noite, precisamos assumi-lo”, ressalta. “Então criamos uma oportunidade de incremento de receita, não diretamente relacionada ao nosso core business, mas que hoje contribui para aumentar a procura pelo nosso hotel”, finaliza.

(*) Crédito da capa: Free-Photo/Pixabay

(**) Crédito da foto: Peter Kutuchian/Hotelier News

(***) Crédito da foto: Divulgação