conotel debateOs três líderes de associações participaram do debate

Na primeira atividade do dia, o Conotel 2018 (Congresso Nacional de Hotéis) apresentou uma mesa redonda com importantes representantes da hotelaria nacional. Participaram Alberto Cestrone, presidente da Resorts Brasil, Alexandre Gehlen, presidente do Fohb (Fórum dos Operadores hoteleiros do Brasil) e Alexandre Sampaio, presidente da FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação). O tema escolhido para o debate foi: como tornar a indústria de hotéis do país influente no cenário de decisões.

Conforme o tema sugere, a participação no cenário político foi assunto insistente no painel. Sampaio, que mediava as falas, questionou os companheiros sobre a pouca participação de representantes hoteleiros na corrida eleitoral deste ano. Os convidados, no entanto, devolveram a pergunta alegando ser Sampaio quem mais circula pelos corredores de Brasília, arrancando risadas da plateia. 

Passado o momento cômico, Cestrone ponderou a dificuldade de tempo como o motivo maior. Segundo ele, é difícil para executivos em cargos de liderança de redes hoteleiras dedicar tempo a outra atividade. Apesar disso, ele acredita que o envolvimento é necessário para quem quer ver questões essenciais serem modificadas. "Pedimos mudanças e temos que entender que, para que elas aconteçam, o primeiro passo tem que ser nosso", afirma.

Quando os nomes para a concorrência presidencial viraram o tema do debate, nenhum dos três participantes apontou o nome mais indicado para auxiliar o setor. "Temos que evitar o voto motivado pelo ímpeto. Isso foi a lição que aprendi com os últimos governos", afirma Gehlen. Para Sampaio, tudo ainda está muito indefinido na corrida eleitoral. "Temos que esperar candidatos aparecerem para saber", avalia.

Conotel: inovação

Retomando os temas que orientaram o bate-papo, os debatedores falaram sobre inovação no setor. Primeiro a responder sobre a questão, o representante do Fohb apontou as dificuldades. "Fica difícil inovar nossas casas sabendo que temos tarifas congeladas há anos", acredita. Para embasar sua declaração, o executivo citou alguns dados recentes do Infohb, que mostram alta em números da hotelaria, mas confirmam a estagnação na tarifação. O executivo, que lidera a Intercity Hotéis, falou ainda sobre o mal momento da hotelaria urbana na comparação com os bons índices vistos no lazer. 

Questionados sobre novas tendências de investimentos para o mercado de hotéis brasileiro, os dirigentes também opinaram. Para Gehlen, a nova onda de evolução dos hotéis deve se dar a partir dos fundos de investimentos imobiliários que, segundo ele, são tendência mundial. "Entretanto, nosso dever de casa agora é buscar segurança jurídica para esses novos investimentos. Isso deve ser trabalhado em conjunto com nossos governantes. Depois podemos pensar em novos equipamentos", afirma.

Para Cestrone, qualquer novo investimento no setor precisa surgir a partir de mudanças no modo de fazer hotelaria. Para o italiano, que está à frente do Infinity Blue Resort, o custo Brasil ainda é um empecilho, principalmente no que tange as regras trabalhistas, que precisam ser mais claras. "Precisamos ainda de evolução em questões como desonerações fiscal e tributária e incentivos para o empresariado. Aí os investimentos podem aparecer", finaliza. 

(*) Crédito da foto: Filip Calixto/HotelierNews