Kachan trabalhou nos Estados Unidos e em países do Oriente Medío

A trajetória de Alexandre Kachan, atual chef executivo do recém inaugurado Royal Palm Tower Anhanguera, começou quando ele construiu, nos anos 1990, sua residência no interior de São Paulo. Quando percebeu que mais da metade do orçamento utilizado na construção foi designado à cozinha, a ficha realmente caiu. "Eu sempre tive uma atração pela gastronomia e quando assumi de vez em seguir a profissão, decidi sair do Brasil. Kacham conta que para criar a base de sua carreira e também por saber que a profissão do cozinheiro é muito pouco valorizada, não sendo nem reconhecida em seu país, ele seguiu para os Estados Unidos.

Alexandre Kachan e a carreira internacional

Kachan seguiu para a região de Boston, onde foi, por dois anos, aprendiz de uma famosa chef na região de Boston. Depois, trabalhou por mais dois anos em uma trattoria de sicilianos que estavam no país há 20 anos, mas que não sabiam falar inglês. "Foi muito bom, foi um intensivão com eles", relembra o chef.

As oportunidades para Kachan foram aparecendo. Ele seguiu para Abu Dhabi para atuar no Hotel InterContinental. "Fiquei durante três anos trabalhando no hotel que era o antigo Palácio do Governo. Recebemos muitas autoridades, ministros e chefes de estado. Aprendi muito e de lá fui abrir um restaurante em Beirute para um investidor", conta o chef, que tem raízes libanesas. 

Na capital do Líbano ele ficou seis meses, aprendeu o idioma árabe e, principalmente, sobre a comida libanesa. "Eu já tinha a experiência caseira da gastronomia do Líbano, mas poder trabalhar e entender os condimentos e a forma de cozinhar, agregraram muito para meu currículo", comenta.

Depois do Líbano, o chef Kachan foi para Doha, no Qatar. Lá ele trabalhou num complexo hoteleiro gerido pela Marriott que reunia um Renaissance, um Marriott Executive e um Courtyard. "Fiquei durante três anos e também fui chef em três restaurantes, um italiano, um Sport Bar para 700 pessoas e uma churrascaria brasileira", diz. Promovido para subchef, Kachan deixa o Qatar e segue para o Azerbaijão para trabalhar no JW Marriott da capital, Baku.

As saudades trazem o chef de volta para o Brasil. Ele assume como subchefe executivo no Hilton São Paulo, onde fica por 18 meses. Depois, entra em uma companhia marítima com a mesma função, passando depois a chef executivo. "Foi um grande aprendizado, pois num cruzeiro a gastronomia é do mundo inteiro, foram 10 restaurantes, onde a tematização era o foco. Por cada região que o navio passava, a gastronomia ía mudando de acordo com o local. Isso foi crucial para adquirir mais experiência", comenta Kachan.

Férias no Brasil, implantação na Royal Palm Hotels

Voltando para o Brasil para passar férias, surgiu a oportunidade de ingressar na Royal Palm Hotels. Kachan foi contratado para fazer a implantação do Royal Palm Tower, que fica ao lado do Royal Palm Hall, um dos maiores centros de eventos do Brasil. A escolha pela gastronomia mediterrânea para ser a base do restaurante Amati se dá por dois motivos. O primeiro é o fato da ascendência de Kachan. "Sou filho de portuguesa com libanês. Minha mãe é meio italiana e portuguesa, meu pai é do mediterrâneo", essa á a minha base. O segundo motivo foi o fato de que os hotéis da Royal Palm não contavam com um restaurante italiano-mediterrâneo.

A formação de sua equipe também foi um desafio. "Decidimos contratar pessoas com atitudes certas porque as habilidades você pode ensinar. Isso foi o que me ajudou nas entrevistas.  Encontrar pessoas com bastante experiência foi muito difícil, mas hoje a minha equipe trabalha muito para ver o resultado certo, eles sentem a satisfação de fazer a coisa certa", diz.

Na parte tecnológica o chef disse ter ficado surpreso. "Faltam alguns equipamentos mas isso é normal. Pois no Brasil não se contrata um chef para desenhar uma cozinha ou participar do projeto. Tudo é feito por um arquiteto que tem conhecimento didático. Nossa cozinha saiu 99% perfeita, é grande espaçosa, tem um número bom de câmaras frias, os equipamentos conseguem me entregar do que precisamos", avalia.

Para o futuro Kachan almeja fazer do seu trabalho um sucesso. "Temos quase munícipio ao lado do hotel, que é o Royal Palm Hall, com capacidade para quase 9 mil pessoas. Então a demanda aqui pode se tornar muito grande. Tentar fazer com que seja absorvida e tenhamos sucesso e a partir disso é crescer junto com a empresa", finaliza.

(*) Crédito da foto: Peter Kutuchian/Hotelier News