desemprego brasilPaís teve saldo positivo de empregos formais no trimestre

Em março, o Brasil teve resultado negativo no mercado de trabalho. Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados hoje (24) pelo Ministério da Economia, o país fechou no mês 43.196 vagas com carteira assinada. O resultado é o pior março desde 2017, quando foram cortados 63.624 postos formais. No trimestre, contudo, o saldo acumulado ainda é positivo, com 179.543 admissões formais. 

No mês passado, o país teve 1.261.177 admissões e 1.304.373 demissões, contrariando estimativas do mercado financeiro. Segundo centro de estimativas da agência Bloomberg, o saldo deveria ter ficado positivo em cerca de 80 mil vagas. 

Dos oito setores analisados, apenas três tiveram mais contratações: serviços (+4572), administração pública (+1575) e extração mineral (+528). Dos que tiveram mais dispensas, o que mais contribuiu para o saldo negativo foi o comércio, com 28.803 postos fechados. Agropecuária e construção civil, que registraram 9.545 e 7.781 vagas cortadas, respectivamente, também tiveram participação na queda do indicador. 

Segundo o Ministério da Economia, o resultado ruim do mês passado é porque setores que normalmente contratam em março anteciparam as admissões. Em fevereiro, por exemplo, o Brasil teve criação de 173.119 postos de trabalho, melhor performance para o mês desde 2014. 

Brasil: desemprego

Com metodologia diferente, a última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgada em março pelo IBGE, apontava um total de 13,1 milhões de desempregados no país. O estudo leva em consideração trabalhadores com e sem carteira assinada.  

Neste cenário, apesar do acumulado de trabalhos formais positivo para o trimestre, o emprego no país ainda não mostra sinais concretos de recuperação. Para o turismo, o alto desemprego pode adiar o crescimento do setor, afinal o maior número de desocupados acaba redundando em menor consumo, em especial com viagens.

Por enquanto, ações para alavancar o turismo estão a todo o vapor pelo Brasil. Caso da diminuição da alíquota do ICMS do querosene em São Paulo, que já gerou novas rotas aéreas para o estado. Resta observar se o resto do país vai fazer jus às expectativas de crescimento.

(*) Crédito da foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas​