Segurança também vende hospedagem. A partir dessa perspectiva, o Bourbon Convention Ibirapuera, em São Paulo, começou há alguns dias a operação (ainda em piloto) com câmeras de segurança com reconhecimento facial. A tecnologia foi implementada pela SegurHotel após quase um ano de testes.

Hoje, o empreendimento conta com apenas uma câmera, instalada no lobby. Esta, por sua vez, tem dupla função. Uma delas é identificar hóspedes habitués, o que permite atendê-lo de maneira customizada. “Ao mesmo tempo, uma vez que a ferramenta estiver integrada ao banco de dados da Polícia, pode alertar sobre criminosos”, explica Inbal Blanc, especialista em segurança e sócio da SegurHotel.

Segundo Blanc, a câmera pode ser usada no lobby, nas áreas de eventos e de serviços do hotel, nos andares especiais (destinados a mulheres ou VIP), no acesso de colaboradores e fornecedores, e nos elevadores. “Existe a possibilidade de integrar o reconhecimento facial ao cadastro do hóspede, seja no hotel ou via seu celular”, explica o sócio da SegurHotel. “O sistema tem a possibilidade de alertar quando entra no hotel uma pessoa falando no celular, o que dificulta sua identificação”, completa. Veja abaixo como o sistema funciona:

Bourbon Convention Ibirapuera: cultura

Daniel Mendes, gerente Operacional da unidade, diz que o investimento na tecnologia de reconhecimento facial se alinha com a cultura de segurança do empreendimento. “Segurança é prioridade por aqui. Entendemos que isso ajuda na venda de hospedagem e, claro, na fidelização dos clientes”, observa. “Há poucos hotéis em São Paulo com uma cultura de segurança tão sólida”, acrescenta Blanc.

Bourbon Ibirapuera Convention - Daniel MendesMendes: sete anos no hotel

Localizado na Zona Sul da capital paulista, o hotel, que inaugurou recentemente o espaço gastronômico Zillis, tem hoje uma equipe de 65 pessoas envolvidas na segurança. Há ainda uma sala de monitoramento, onde um funcionário observa, 24h por dia, o que as 581 câmeras mostram. “São pessoas que ajudei a formar na área de vigilância. Estou há sete anos no hotel”, relembra Mendes, destacando que há ainda 65 controles de acesso. “Segurança é vital no nosso negócio. Responsabilidade subjetiva não existe, não podemos fugir disso”, completa.

Para reforçar o discurso, Mendes cita alguns números do empreendimento, que tem uma torre corporativa integrada ao complexo. “Mensalmente, são 16 mil pernoites, o que dá 192 mil por ano. Em paralelo, 22 mil transeuntes passam pelo condomínio por mês, ou 264 mil pessoas por ano. É muita gente”, ilustra o executivo, acrescentando que o hotel investiu R$ 400 mil este ano na troca de todas as câmeras do complexo, que agora são HD (High Definition). “Nosso trabalho é preventivo e preditivo e, neste sentido, a tecnologia de reconhecimento facial vai ajudar muito”, finaliza.

(*) Crédito da capa: Divulgação/Mika Malta

(*) Crédito das imagens: Divulgação/SegurHotel