Fórum Nacional da Hotelaria - Big DataBarros, Cavalcanti e Pinheiro: Big Data é agora

Após o almoço, a programação do I Fórum Nacional da Hotelaria, aberto hoje (4) pela manhã, se dividiu em dois espaços. Em um deles, o assunto de todas as palestras é o impacto da tecnologia na sociedade e, por conseguinte, no mercado de hotelaria. A primeira palestra do dia foi “Big Data, gerenciando dados”, com participação de Marcos Cavalcanti, coordenador do Crie, vinculada a Coppe/UFRJ; Evandro Barros, CEO da startup Data H; e Claudio Pinheiro, senior Data Analytics da IBM.

Antes de falar em dados dentro das empresas, os três painelistas acreditam que é necessário uma mudança de mentalidade no mercado – e não só na hotelaria. “Muitas empresas ainda enxergam tecnologia como solução de problemas que ele nem sabe quais são. Então, é preciso ter em mente que o mundo mudou completamente. Esqueça a era industrial e do capital. Hoje, 70% do PIB brasileiro são serviços, não é agronegócio ou indústria”, ressaltou Cavalcanti. 

Para o professor da Coppe, uma informação deixa clara essa mudança de paradigma na economia. “Os dados estão impactando todo o mercado, prova disso é que as empresas mais valiosas da Nasdac são de tecnologia. O Google, por exemplo, lida com informação e vale 10 vezes mais do que a Petrobras”, disse. “Competitividade hoje não significa mais ter custos mais baixos. O diferencial agora é saber tirar valor da informação”, completa.   

Fórum Nacional da Hotelaria: mentalidade

Seguindo a mesma linha de raciocínio, Barros ressaltou que não existe ainda uma cultura de dados no mercado. “Nesse contexto, para quem sabe o que está fazendo, Excel é luxo”, brincou. “O core da coisa, então, está na mudança de mentalidade”, completou.

O CEO da Data H destacou, entretanto, que uma gestão baseada em dados é algo antigo. “Não se chega ao tamanho do Magazine Luiza, por exemplo, sem saber para quem você está vendendo”, comentou. “Então, para levantar dados precisos na sua empresa, você precisa responder algumas perguntas sobre o seu cliente (veja abaixo)”, acrescentou.

Fórum Nacional da Hotelaria - perguntas Big DataEntenda essas respostas e vá em frente

“Tendo as informações dessas perguntas coletadas, você poderá fazer pelo menos o básico. E, entenda uma coisa, isso já é muito nos dias de hoje”, afirmou.

Já Pinheiro, da IBM, iniciou sua fala com uma previsão. “Tudo que for automático e repetitivo vai ser substituto por inteligência artificial.” Ele ainda fez um diagnóstico que também está alinhado com o que os demais painelistas falaram.  “Ainda não vivemos o Big Data, é ainda o começo”, acrescentou. 

Para finalizar, ele explicou como as empresas podem usar o Big Data. “Parte-se de dados brutos para relatórios descritivos. Muitas empresas param aí, mas a tecnologia te permite ir além e isso, num primeiro momento, significa fazer relatórios mais interativos. A partir daí, por meio de modelagem estatística e algoritmos, as empresas conseguem criar modelagens preditivas e prescritivas, que redundam em planejamento analítico e, por fim, na modelagem cognitiva”, afirma.

(*) Crédito das fotos: Vinicius Medeiros/Hotelier News