Azul - slots Avianca BrasilAzul pode passar de 13 para 34 voos no Aeroporto de Congonhas

A Azul Linhas Aéreas vai aumentar sua participação no mercado. A empresa assinou acordo não vinculante para ficar com todos os slots da Avianca Brasil nos aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ), além de metade deles em Guarulhos (SP). A informação é da agência de notícias Reuters.

O acordo não vinculante, no valor de US$ 105 milhões, vai elevar os slots da Azul em Congonhas de 13 para 34. A parceria, contudo, ainda depende de aprovação por autoridades regulatórias e de defesa da concorrência. Atualmente, Gol e Latam possuem cerca de 130 slots cada uma em Congonhas.

O entendimento, que ocorre em meio ao plano de recuperação judicial da Avianca Brasil, envolve 70 slots nos três aeroportos. Inclui também 30 Airbus A320 que serão alvo de novos contratos de arrendamento pela Azul. Segundo fonte ouvida na matéria da Reuters, o acordo com a rival abarca cerca de 60% das operações da Avianca Brasil.

A aquisição proposta será feita por um mecanismo chamado Unidade Produtiva Isolada (UPI). O negócio inclui certificado de operador aéreo da Avianca Brasil, quarta maior companhia aérea do país, que até meados de janeiro tinha uma frota de 46 aviões.

A Azul, que enviou comunicado ao mercado sobre a transação, está em período de silêncio. Na quinta-feira (14), a empresa divulga os resultados financeiros de 2018. “Destacamos que o acordo é não vinculante e que o processo de aquisição da UPI está sujeito a uma série de condições como a conclusão de um processo de diligência, a aprovação de órgãos reguladores e credores, assim como a conclusão do processo de recuperação judicial. A expectativa é que esse processo dure até três meses”, afirmou a Azul no comunicado.

Azul: entenda mais

Segundo a fonte ouvida pela Reuters, o valor proposto para o negócio “nasce da rentabilidade que a empresa pode ter com a operação”. A Azul ficará com o pessoal da Avianca Brasil que já está encarregado pelas operações dos slots alvo da transação, afirmou a fonte.

“São slots que a empresa (Azul) não conseguiria ter sozinha. Sobre o restante da operação da Avianca, se a Azul quiser aumentar ela poderá fazer sozinha fora desses locais”, disse a fonte se referindo aos três aeroportos.

A Avianca Brasil pediu recuperação judicial em dezembro e contratou em janeiro a consultoria Galeazzi & Associados para ajudar a encontrar recursos e, eventualmente, um comprador. Os principais credores da companhia aérea são as empresas de leasing de aviões Aircastle e GE Capital Aviation Services.

Entre o fim de 2016 e setembro de 2018, os passivos da Avianca Brasil para firmas de leasing quintuplicaram para R$ 415 milhões. O montante está de acordo com as demonstrações financeiras da empresa. Em dezembro, o presidente-executivo da Azul, John Rodgerson, havia comentado que a empresa não tinha até então nenhum plano para uma oferta pela Avianca Brasil.

Por volta de 10:15 de hoje (11), as ações da Azul disparavam 5,8% na Bovespa. Já os papéis da rival Gol, que teve bons números em fevereiro, caíam 1,8%.

(*) Crédito da foto: Leonardo Benassatto/Reuters