Carlos Díez de la Lastra, CEO e diretor geral da Les Roches Marbella 
(foto: Juliana Bellegard)

Formação acadêmica versus experiência prática. Habilidades gerenciais versus desenvoltura para lidar com pessoas. Os dilemas da capacitação dos profissionais da hotelaria frequentemente passam por estas aparentes oposições, buscando atender às necessidades do mercado atual e às demandas do hóspede, cada vez mais exigente. Neste cenário, as escolas de administração hoteleira despontam tanto como pontapé inicial para a carreira de um executivo quanto como incremento de sua formação.

Nascida e sediada na Suíça, berço de tantas instituições de renome no setor, a Les Roches International School of Hotel Management é uma destas escolas que se propõe a formar gerentes e diretores, oferecendo uma capacitação que une as oposições citadas acima e alinhava a educação dos estudantes com disciplina e a possibilidade de estar constantemente em contato com pessoas do mundo inteiro, seja em sala de aula, seja dentro dos hotéis onde trabalham durante o curso.

A Les Roches conta com quatro campi: Marbella (Espanha), Bluche (Suíça), Xangai (China) e Amã (Jordânia), e oferece programas de bacharelado, licenciatura e pós-graduação com a duração de até 3 anos e meio nas áreas de hospitalidade, turismo e gestão de eventos. Seus cursos têm certificação da NEASC (New England Association of Schools and Colleges), a mesma que atesta a qualidade de universidades como o MIT e Harvard, e atendem, atualmente, quase 3.000 alunos de mais de 90 nacionalidades diferentes, sendo 26 brasileiros na Suíça e na Espanha.


Campus espanhol da Les Roches
(foto: divulgação/Les Roches International School of Hotel Management)

Nesta semana, a equipe da Les Roches Marbella, liderada pelo CEO da companhia, Carlos Díez de la Lastra, esteve no Brasil para apresentar seus programas e seu conceito, buscando atrair mais estudantes para suas unidades. "Este é um País com um potencial impressionante, mas ainda pouco desenvolvido. Há um movimento grande de crescimento do turismo interno e a construção de novos hotéis. E estes precisam de equipe para geri-los", aponta Lastra, destacando o papel da formação profissional dentro do contexto nacional.

Em entrevista ao Hôtelier News, o executivo destaca os diferenciais da escola e aponta as características fundamentais para quem quer entrar nesta área: "A visão global é algo imprescindível para a indústria hoteleira. Não acredite que o mundo da hospitalidade é o hotel pertinho de sua casa e onde vem somente os hóspedes de negócios. É muito mais".

Por Juliana Bellegard

"No continente americano, percebemos que há um destino que pode ser um dos novos motores do turismo mundial, é o Brasil", define o executivo, destacando que a imagem que o país divulga é muito limitada, restringindo-se ao Rio de Janeiro e às praias. "O País têm um potencial muito maior do que isso", aponta. O crescimento do número de hotéis – principalmente em cidades secundárias – é um reflexo disto, e traz consigo oportunidades para os profissionais da área. "Com o volume de novos empreendimentos surgindo, será preciso contratar não somente equipe de base, mas também equipe gerencial. "Os turistas podem optar por viajar para qualquer destino. A hotelaria compete a nível mundial e, para tanto, precisa oferecer um serviço de alta qualidade", diz.


3.000 alunos, mais de 90 nacionalidades: a escola é multicultural 

(foto: divulgação/Les Roches International School of Hotel Management)

Nisto entra a importância da formação profissional oferecida por instituições como a Les Roches. "Muitos ainda percebem a hospitalidade como uma indústria de baixo nível, para onde os profissionais vão quando não fazem carreira em outras áreas. Porque trabalhar com pessoas parece algo simples", coloca o executivo, completando: "Mas, quando se fala em produtos de luxo, grandes redes, hotéis que buscam oferecer um serviço verdadeiramente de alto nível, falta profissionalização. É preciso ter pessoas que tenham habilidades gerenciais e também de costumer's services".

Algumas características são essenciais para um profissional da área – itens que a Les Roches busca em seus alunos, conforme explica o CEO. "Buscamos paixão pelas pessoas. Esta é uma indústria de pessoas para pessoas, tem que gostar. Se não, recomendamos que faça outra coisa. Pela mesma razão, também queremos alunos que tenham a mente aberta para a multiculturalidade. A indústria turística é muito global. É importante conhecer as diferentes culturas, ter flexibilidade para lidar com cada particularidade", lista. 

"Outra coisa que procuramos é um equilíbrio, um profissional que saiba trabalhar com os números, e também perceba que neste negócio é preciso saber lidar com situações imprevistas", define. São dois grandes desafios, segundo ele: um é reagir frente a estas dificuldades, contornar os acontecimentos inesperados do dia a dia da hotelaria. Outro é o planejamento estratégico e o alinhamento da equipe para que o hotel tenha ferramentas suficientes para resolver os problemas da melhor forma possível, mantendo a qualidade do atendimento.


Formação que começa no operacional: uniforme e disciplina para atuar em todas as funções dentro de um hotel 

(foto: divulgação/Les Roches International School of Hotel Management)

A escola
Dos quatro campi da Les Roches espalhados pelo mundo, três estão em destinos de destaque no setor de turismo: a Suíça, berço da formação hoteleira tradicional; Espanha, grande potência da hotelaria mundial; e China, que é vista como o país com maior potencial de crescimento em número de turistas pelo mundo. A multiculturalidade da própria instituição já reflete a fala de seu CEO sobre a importância desta vivência para os hoteleiros. Com isto, as aulas são realizadas em inglês e, portanto, pede-se conhecimento na língua – e se oferece, em troca, a oportunidade de melhorar sua fluência e, quem sabe, aprender um novo idioma.

Sobre a formação oferecida, Lastra explica que existem duas correntes de educação hoteleira atualmente: uma bastante voltada para o business, que inclui alguns conhecimentos sobre o setor; e aquela praticada na Les Roches, que forma o estudante primeiro na prática dos diferentes serviços e depois ensina o gerenciamento. "Para ser um bom gerente, tem que ter sido um bom empregado", define o executivo, destacando que a disciplina é algo importante por ali.

Os dois primeiros anos são dedicados a esta formação de base – o estudante passa por todas as funções, reside no campus e trabalha no hotel-escola. "Queremos que ele deixe o ego um pouco de lado e pense no serviço e no trabalho em equipe. Todos ali são iguais, vestem uniforme e preparam o café da manhã ou arrumam a cama", descreve o executivo. Depois, a formação inclui outros estágios, disciplinas de administração, marketing, negócios e em gestão de pessoas. "Para chegar a manager, é preciso que o aluno saiba como desempenhar todas as funções, e tenha a humildade e a habilidade de trabalhar com pessoas", destaca.

Para apresentar um pouco de seu método, Carlos Díez de la Lastra e a equipe da Les Roches realizou, nesta semana, um evento de apresentação para a imprensa em São Paulo, além de uma série de palestras em instituições como a Anhembi Morumbi, também na capital paulista. Na América do Sul, a escola conta com um gerente regional de Admissões: Renato Gagliardi, que atende pelo e-mail [email protected].

Serviço
www.lesroches.edu