13º salário - Alexandre SampaioPara Sampaio, brasileiro usará grana extra para pagar dívidas

Grana extra muito esperada pela população, o 13º salário é um importante indutor da economia brasileira. Estimativas do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) apontam que o pagamento do benefício representará uma injeção de R$ 211,2 bilhões na economia. O valor representa algo em torno de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Apesar do alto volume de recursos estimado, o impacto no setor de turismo (e de hotelaria) deve ser pequeno.

De acordo com o Dieese, cerca de 84,5 milhões de pessoas serão beneficiadas com o rendimento extra. A parcela mais expressiva do 13º salário (49,1%) deve ficar nos estados do Sudeste, que concentram o maior número de vagas formais, além de aposentados e pensionistas. O valor médio que cada brasileiro receberá é de R$ 2.320. Brasília, com R$ 4.278, e Maranhão, R$ 1.560, têm o maior e o menor desembolso médio do benefício, respectivamente.

Maior economia do país, o estado de São Paulo tem aproximadamente 21,6 milhões de beneficiários aptos a receber o abono. Segundo o Dieese, R$ 60,7 bilhões serão injetados no mercado local, o que representa em torno de 2,6% do PIB estadual.

13º salário: impacto no turismo

Na avaliação de Alexandre Sampaio, presidente da FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação), a crise deve limitar o impacto dessa receita extra no turismo. Mesmo diante da proximidade da alta temporada de verão, a conjuntura econômica levará o brasileiro a utilizar o dinheiro para outra finalidade.

“Diante do cenário atual, o 13º salário será muito mais usado para quitar dívidas do que contrair novas”, avalia Sampaio, reeleito presidente da FHBA este ano. “Na verdade, o brasileiro está se acostumando a cada vez mais a planejar as férias. Então, é a poupança feita ao longo do ano que o permite viajar na alta temporada de verão”, completa.

Para o presidente da FBHA, é possível que parte do 13º salário possibilite aumento de gastos com os extras em pacotes já comprados. “Então, não acho que fará muita diferença para o turismo. Outra possível aplicação desse recurso é ajudar na compra de passagens aéreas para visitar parentes no Natal”, finaliza.

(*) Crédito da capa: joelfotos/Pixabay

(*) Crédito da foto: Divulgação/FBHA