Vinicius Medeiros
(foto: arquivo pessoal)

Estive outro dia no evento de celebração de um ano do Campus São Paulo, espaço criado pelo Google para reunir empreendedores e candidatos a se tornar um. No local, o gigante de tecnologia ajuda empresas nascentes a se transformarem em realidade e, mais ainda, acaba criando um microcosmo de inovação e bons negócios. Além da capital paulista, Seoul, Varsóvia, Madrid Londres e Tel Aviv contam com unidades como essa.

Durante o encontro, o diretor do Campus São Paulo, André Barrence, divulgou alguns números interessantes. Em apenas um ano, foram organizados 466 eventos gratuitos e 427 sessões de mentoria no Campus São Paulo. Em paralelo, 1,5 mil empresários participaram do Campus Startup School e 70 startups fizeram parte de projetos imersivos no local.

Além disso, 22 startups de diferentes segmentos foram “incubadas” e participaram do Programa de Residentes. Na iniciativa, o time do campus atua junto com as empresas selecionadas na identificação dos seus principais desafios, na definição de objetivos e no acompanhamento de resultados. Além disso, os pequenos negócios têm acesso a conteúdos exclusivos, mentores, investidores e à ampla rede de especialistas do Google e de seus parceiros globais.

Chamou minha atenção que, na seleção da segunda turma, que foi anunciada há poucos meses, o Google se concentrou em startups focadas em projetos de machine learning e mobile. Sem um desses dois pré-requisitos os pequenos negócios nem poderiam se inscrever. De fintechs a agrotechs, todas as empresas tinham como plataforma principal o mobile, ou seja, os serviços prestados pelas soluções criadas deveriam caber na palma da sua mão.

Veja bem, estamos falando de empresas que têm potencial de gerar inovação no mercado brasileiro. São negócios com possibilidade de gerar alto impacto. E, de fato, no mundo de hoje, para quem trabalha com internet ou tem seu negócio fortemente apoiado na web (casos de hotéis), não ter seu site adaptado para o mobile é quase o mesmo que não estar nesse universo de oportunidades que se chama internet.

Os números mostram isso. Segundo o estudo Digital in 2017 Global Overview, parceria da agência We Are Social e do Hootsuit, o Brasil tem 139,1 milhões de usuários ativos, bem como 122 milhões de contas ativas em redes sociais. Além disso, o brasileiro é considerado um heavy user de internet, sendo um dos mais “conectados” do mundo: simplesmente 90% dos internautas tupiniquins usam a web todos os dias.

O levantamento aponta ainda que o brasileiro fica, em média, 8h56 por dia conectado, sendo 3h43 diárias nas redes sociais. Ah, sabe qual a principal canal de acesso à internet? Bem, é claro que é o mobile. Simplesmente, dos 122 milhões de usuários ativos no país, 110 milhões acessam via mobile. O alto custo de internet a cabo e o barateamento dos planos de internet nas operadoras de telefonia ajudam a explicar o fenômeno. Mas não é só isso: esse movimento é mundial.

Esse dado reforça de maneira absoluta, portanto, a importância de desenvolver estratégias para essa plataforma. Tudo deve girar em torno do conceito mobile first. Mas o que diabos é isso? Simples: qualquer projeto de web precisa ter um foco inicial de arquitetura e desenvolvimento direcionado aos dispositivos móveis para, em seguida, ser adaptado para os desktops.

É exatamente o contrário do que era feito há alguns anos. Então, se você pelo menos não tem um site responsivo (que se adapta a qualquer tipo de tela), trate de correr para corrigir isso. Acredite, sem isso, você será quase irrelevante em um país que a maioria absoluta da população acessa a internet pelos dispositivos móveis.

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Vinicius Medeiros é diretor da Visum Comunicação e especialista em comunicação e marketing digital. Graduado em Jornalismo pela PUC-Rio e com MBA em Marketing Digital pela Fundação Getulio Vargas (FGV), além de especialização em Mídias Sociais pelo Instituto Infnet, Vinicius Medeiros é um profissional com visão multidisciplinar, que transita facilmente entre os ambientes off-line e digital. Com mais de 10 anos de experiência no mercado de comunicação, Vinicius acumula passagens por jornais de grande circulação, agências de comunicação, além de assessorias de imprensa, no qual atendeu a grandes contas de empresas do varejo e da área de serviços. Especialista no setor de franchising, escreve semanalmente uma coluna no Diário Comercial.

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