Valéria Pina Vieira
(foto: divulgação/B4T)

Em cenários de queda de demanda, uma das primeiras determinações de uma empresa é cortar custos com o desenvolvimento e qualificação das equipes. Mas, preciso te dizer que, em tempos de crise, apenas os competentes sobrevivem.

No nosso mercado, os serviços dependem, em sua maioria, dos membros que compõem sua equipe. Essencialmente, tratamos da interferência direta do ser humano no planejamento e execução de atividades que terminam por formatar o que é entregue ao cliente.

A capacitação necessita de trabalho contínuo, que deve ser constantemente alimentado. Se cortado, perde o efeito rapidamente.

Quando falo em capacitação, qualificação e desenvolvimento, muitos acreditam ser sinônimo de uma sala cheia de colaboradores por algumas horas, uma vez por ano.  Treinar significa exercitar regularmente e isso exige método de trabalho.

Exercitar para a prática traz união à equipe, reconhecimento de um trabalho realizado, melhoria da comunicação interna, alinhamento de estratégias e preparação para lidar com adversidades. O desenvolvimento profissional não acontece em organizações fechadas, onde não há compartilhamento. Ele floresce com a curiosidade, nas trocas e discussões, da capacidade de ouvir os outros e a si mesmo.

Ferramentas simples incluídas na rotina podem auxiliar na construção de um programa consistente: promover reuniões de 15 minutos, criar rituais de avaliação, propor discussões de novos produtos e serviços, estabelecer grupos de estudo sobre assuntos diversos, propagar os pilares da hospitalidade, reciclar sobre o sistema e os processos, implantar uma cultura motivacional e mais uma infinidade de grandes e pequenas combinações de pessoas para que se desenvolvam e exercitem.

Por isso, um bom programa de treinamento compreende uma agenda anual, elaborada com diversos temas, para potencializar infinitas habilidades. E deve estar diretamente ligado às necessidades de uma empresa, com objetivos claros e ações concretas. Porque quando desenvolvemos alguém, aumentamos seu conhecimento e sua capacidade de entendimento, fomentando a competência de cada indivíduo. Deve ter também o comprometimento total das lideranças, incluindo coordenadores, supervisores, gerentes e até diretores. 

De nada adianta treinar e motivar uma equipe por algumas horas se, ao voltar para a operação, não consegue aplicar o que foi aprendido por ser podada pelos gestores, repreendida e desestimulada. Líderes e gestores também devem ser capacitados para tal função, preparados para a liderança, estar comprometidos para poderem praticar junto com sua equipe e a favor dela.

Líderes qualificados criam ambientes sustentáveis para o trabalho produtivo. Eles são integradores e devem estimular e acompanhar as pessoas. Infelizmente, ainda se observa em muitas organizações a tendência de ignorar o potencial para a competência e inovação, estimulando mais a dependência e a passividade. 

Compreenda também que treinamento não é despesa, mas, sim, investimento. Considere como benefício e divulgue como diferencial.

Sobrevive a um mercado cheio de altos e baixos quem investe num grupo de trabalho habituado às mudanças, com velocidade de transformação, com seres cada vez mais confiantes e competentes. Pessoas que são de valor fundamental na representação e interação com hóspedes e clientes, que influenciam diretamente na percepção deles sobre seu negócio.

*Valéria Pina Vieira é especialista da Mapie, empresa que elabora, implanta e desenvolve processos de gestão, além de pensar estrategicamente na estruturação e criação de novos negócios. Pautada pela integridade, ética, transparência e sustentabilidade, apresenta em sua plataforma de gestão metodologias sólidas e inovadoras. O conhecimento organizacional e a otimização dos recursos humanos e financeiros são facilmente demonstrados através da verificação dos resultados alcançados, os quais norteiam seu modelo de remuneração.

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