Praia da Enseada, no Guarujá
(fotos: Peter Kutuchian)

O nome Guarujá vem da língua Tupi (Guaru-ya) e quer dizer passagem estreita. Talvez esses ancestrais deram o nome em razão da pequena porção de mar que separa a Ilha de Santo Amaro, onde está localizado o município de Guarujá, do continente e de outra ilha famosa, a de São Vicente. Outra palavra atribuída é guaruçá (tipo de caranguejo), que provém do termo também tupi agûarausá

Com cerca de 300 mil habitantes, a conhecida Pérola do Atlântico, começou a ser turisticamente difundida em 1892 quando surge a Companhia Prado Chaves, cujo escopo era a criação de uma vila balneária na Praia de Pitangueiras para servir de base à exploração turística na Ilha.

Para a criação da vila, foram encomendadas dos Estados Unidos 46 casas e um hotel-cassino de madeira. O meio de hospedagem foi batizado de La Plage (a praia). Além da vila, a Prado Chaves construiu uma linha férrea batizada de Tramway do Guarujá, ligando Santos diretamente à praia das Pitangueiras. Em 2 de setembro de 1893, ou seja há mais de 120 anos, o empreendimento foi inaugurado, e o destino começou a ser frequentado pela classe alta paulistana.

Em 1911, a Companhia Prado Chaves é adquirida pelo empresário norte-americano Percival Farquhar – investidor da ferrovia Madeira-Mamoré e do Porto de Belém – e sua nova denominação passa a ser Companhia Guarujá. Um ano depois, o Grand Hôtel La Plage é reinaugurado, tendo sido um dos marcos do turismo de luxo no Brasil. Foi nesse hotel, que em 1932, morreria o inventor Alberto Santos Dumont. O La Plage tinha 220 quartos, todos com aparelho telefônico – algo inovador para a época.

Em 1947, Guarujá torna-se, definitivamente, um município independente após ter passado duas vezes por prefeituras sanitárias. Com o fim dos cassinos, a ocupação começa a modificar-se. Alguns edifícios começam a ser construídos na orla de Pitangueiras. Alguns anos depois, com a construção da rodovia Piaçaguera-Guarujá, na década de 1970, o balneário é invadido e seu crescimento torna-se incontrolável. Praias até então desertas como Enseada e Pernambuco começam a ser visitadas.

Nas décadas 1980 e 1990, a situação da infraestrutura fica crítica, milhares de turistas invadem a ilha, causando cortes de eletricidade e água nos finais de semana ou em períodos de alta temporada. O colapso reverbera em investimentos, quando ações de saneamento, habitação e infraestrutura são executados.

Atualmente, Guarujá foca, além do turismo de lazer, no de negócios e na prestação de serviços.

Na parte de hospedagem, Guarujá conta com pousadas, hotéis familiares de pequeno porte e três empreendimentos de grande porte: o Sofitel Jequitimar, o Casa Grande Hotel e o Delphim. Em julho, a rede Transamérica aportou na na Praia da Enseada, inaugurando o segmento midscale.


Veja como o contorno da Ilha de Sto. Amaro, onde está situado
o município de Guarujá, se assemelha com um dragão
(imagem: reprodução do Google Maps)

Além das praias consideradas urbanas como Astúrias, Pitangueiras, Enseada, Pernambuco, a ilha, que tem um formato de dragão, conta também com praias desertas, que podem ser conhecidas por meio de trilhas em meio a mata atlântica.

Nossa reportagem foi conhecer a Prainha Branca, cujo acesso é feito por um caminho de pedras que sai bem perto da balsa que faz a travessia para Bertioga. Num percurso de 20 minutos, chega-se a uma praia quase deserta e cercada de muito verde. No caminho da volta, pode-se desviar um pouco para conhecer as ruínas de uma igreja cujo padre era José de Anchieta.

Conhecemos também o Acqua Mundo, o maior aquário da América do Sul. Peixes diversos como raias, piranhas e outros seres marinhos e fluviais podem ser vistos num espaço onde é possível até nadar num tanque dos tubarões.

A reportagem do Hôtelier News conversou com o empresário Oto Gomes, fundador do Receptivo Brasil, que está morando na cidade há alguns anos, para saber de sua opinião sobre o destino. “Estou muito surpreso com o Guarujá, como esta linda ilha que sem muita dificuldades, ao vermos no mapa, tem a forma de um dragão, se mantém tão preservada e ainda tem tanto para mostrar, realmente é surpreendente”, comenta Gomes.

Ele descreve algumas das atrações da cidade: “praias desertas com acesso somente por trilhas, diversas cachoeiras, comunidade de pescadores, ruínas do século XVI, praia de beleza impar com cachoeira, formam cenários paradisíacos, fortalezas da época do império, praias com muitas ondas, perfeitas para a prática do surf, outras calmas para tranquilidade de famílias e crianças, este é o Guarujá que descobri nos últimos anos e posso dizer que esta me acolhendo muito bem”, explica.

Restaurantes, bares e centros comerciais criam a infraestrutura de lazer do balneário, que fica distante cerca de 60 minutos de carro da Zona Sul de São Paulo.

Confira abaixo algumas imagens dos passeios realizados na Ilha.

Serviço
www.portal.guaruja.sp.gov.br
www.cquamundo.com.br